Na segunda volta das eleições presidenciais brasileiras o candidato da reacção pura e dura (Alckmin) foi derrotado pois obteve 39,18% dos votos, ao passo que o sr. Lula conseguiu 60,82%. Os eleitores votaram naquilo que consideraram ser o menor dos males. Mas fará esta eleição alguma diferença quanto à aplicação das políticas neoliberais selvagens que há anos são administradas ao povo brasileiro? Poderá ela significar uma mudança de rumo? É pouco provável. Ambos os candidatos eram serviçais fieis do capital financeiro, ambos prometiam continuar a política de pauperização ao serviço da Wall Street e dos banqueiros locais. Expressões como "auditoria da dívida externa", "reforma agrária", "recusa frontal da ALCA" ou "democratização dos media" mal foram mencionadas durante a campanha. Altos responsáveis do governo Lula garantiram, ao contrário, que seria mantida a lei do superávite primário, que impõe a prioridade ao pagamento do serviço da dívida em detrimento das necessidades sociais e de desenvolvimento do país. E um gerente da Wall Street continuará, no banco central brasileiro, a comandar a política económica do país. Por outro lado, o sr. Lula sempre foi um tacticista — nunca teve pensamento estratégico. E neste segundo mandato tornou-se ainda mais dependente da reacção devido à política de alianças feita para se aguentar no poder, com concessões de toda ordem a fim de conseguir apoio parlamentar. A democracia económica, social e política ainda é uma realidade distante no Brasil. Ela não poderá ser alcançada com as regras de jogo viciadas que ali imperam.
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