domingo, dezembro 10, 2006

A decadência da classe trabalhadora

A crescente inviabilidade do trabalho assalariado na Era da Informação

Introdução
Essa obra é uma pequena contribuição ao debate sobre uma das questões que considero da maior importância para os destinos da humanidade no terceiro milênio. A extinção progressiva do trabalho assalariado.Esse processo esta sendo motivado pela revolução dos processos de produção de bens e serviços, baseada nas tecnologias de informação e telecomunicações, nos novos métodos gerenciais, e no novo ambiente político, francamente favorável às classes produtoras.Na verdade esses três fatores se relacionam muito intimamente. O que nos leva a concluir que não se trata apenas de um momento histórico particular mas sim uma tendência muito mais ampla e de conseqüências duradouras.
Se considerarmos genericamente como classe trabalhadora, todas as pessoas, que em qualquer parte do mundo, compartilham a condição de viverem do trabalho assalariado, nossa conclusão é que essa classe está em decadência.
Vamos mais longe. Consideramos que o “fim da historia”, no sentido em que essa é vista como a história da luta de classes, termina com a vitória indiscutível da burguesia e não do proletariado.
Concluímos que esse processo é irreversível. Não ocorre por meio de movimentos políticos ou ideológicos e sim devido à revolução da microeletrônica. Ao contrário das assim chamadas revoluções industriais do passado, essa não pretende aumentar a força nem a velocidade do ser humano e sim substituir sua inteligência.
Além disso, não se trata apenas de uma revolução restrita a indústria. O novo paradigma
tecnológico modifica os processos de trabalho na agricultura, no comércio e na prestação de serviços com a mesma intensidade.
Os empregos não terão um fim abrupto, na verdade os índices de desemprego irão se manter razoavelmente sob controle por longo período. Mas a renda média do trabalhador sofrerá quedas contínuas até inviabilizar seu “modo de vida”.
Nossos textos seguintes tentam abordar esse processo de decadência e suas conseqüências mais prováveis. Entre elas, prevemos uma contínua transformação do trabalhador assalariado em empreendedor.
Em resumo, consideramos que a solução para o problema do emprego é acabar com ele,
ampliando e democratizando, de todas as formas possíveis, as oportunidades de inserção direta de todos no mercado global. A melhor maneira de ajudar os trabalhadores é converte-los em burgueses.
Entendemos por burguesia, na Era da Informação, as classes de pessoas que devem seu sustento e realização pessoal, às múltiplas atividades conectadas as grandes redes lobalizadas de produção e comercialização de bens e serviços, voltados diretamente para os mercados consumidores.
Sempre que possível, diferenciamos o papel do capitalista, o individuo possuidor de capital financeiro ou o investidor, do papel do empreendedor. Consideramos que são os segundos os responsáveis pelas inovações tecnológicas e pela geração da riqueza.
Por outro lado, usamos de forma um tanto indiferenciadas as expressões “artesãos”, “proletários”e “trabalhadores”. Isso porque nossa tese central é que existe um forte vínculo cultural comum a esses grupos de pessoas.
Em alguns textos, a expressão “burguês” é usada no seu sentido histórico mais técnico.
Referindo-se aos habitantes dos burgos. As cidades construídas nos pontos estratégicos das grandes rotas de comércio. É nesse sentido que nos referimos ao artesão burguês, em oposição ao artesão cujo trabalho se destina apenas a sua comunidade.
Acrescentamos que o uso dessas expressões não pretende seguir as categorizações marxistas clássicas. Em todos os casos são mencionadas devido a seu uso ser mais do que consagrado e de ser de compreensão imediata.
Como não pretendemos criar uma obra acadêmica, evitamos ao máximo, citações de textos, tabelas e quadros estatísticos. Apresentamos no final uma bibliografia completa de referência.
Taubaté, primavera de 2004.
Lauro Monteclaro
http://lauromonteclaro.sites.uol.com.br/

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