É verdade que tenho uma certa tendência para procurar contradições evidentes entre o que certos responsáveis políticos na área da Educação (as outras áreas da governação não são agora para aqui chamadas) fizeram e aquilo que tinham afirmado antes ou vieram a afirmar depois.Não sei se é uma ocupação pouco proveitosa ou útil para o progresso do mundo ou do país, mas confesso que sinto uma visceral irritação perante quem tem uma teoria e uma prática de acordo com as circunstâncias, encontrando para isso sempre justificações autodesculpabilizadoras. Não se trata de criticar a mudança de opinião das pessoas perante um problema com a natural evolução do tempo. Trata-se tão só e apenas de assinalar a estranheza perante discurso e prática, com muito pouco tempo de diferença, sendo que normalmente essa diferença é causada pelo exercício de um cargo com poder efectivo para implementar aquilo que pouco antes se defendia ou, na inversa, de declarar que devia fazer-se isto ou aquilo pouco depois de se poder tê-lo feito e ter-se desperdiçado tal oportunidade.
A justificação-padrão para estas situações divide-se em duas variantes: num dos casos, afirma-se que o contacto com a realidade e com a prática política concreta e com os seus constrangimentos materiais faz com que se reavaliem concepções teóricas anteriores; no outro, que “de fora” e passado algum tempo já existe um distanciamento crítico que permite avaliar melhor as situações.
Nenhum dos argumentos me convence.
Antes de mais porque, assim sendo, parece que todos (ou quase) os ocupantes de cargos de responsabilidade política na área da Educação em Portugal nas últimas décadas chegaram lá impreparados e precisaram de um período de adaptação “à realidade”, “às condições materiais”, “aos limites da governação” que os fizeram perder um importante tempo a informar-se e a preparar-se para governarem efectivamente. Ou, em alternativa, que chegaram com uma agenda que, posteriormente, reconhecem ter sido errada.
Eu sei que a Educação é uma área sensível, polémica e conflitual, onde se cruzam diversas correntes de pensamento e acção. Mas também é verdade que quase todos concordamos no diagnóstico básico dos problemas existentes, no que está mal ou menos bem. O que me parece é que, perante uma panóplia de soluções miraculosas fundamentadas sempre em estudos de conclusões evidentes e teorias sofisticadas e cosmopolitas, as escolhas têm sempre corrido mal.
Quem sabia o que era certo, parece desaprender quando chega à governança. E quem nunca aprendeu, parece que só a posteriori adquire a sapiência que o(a) faz olhar para trás e achar a solução evidente.
Não tenho mais pachorra para isso, admito. Se não estão em condições para assumirem os cargos, por favor abstenham-se de o fazer, controlem a vaidade narcísica. Se acham que estão, e se passam a ter acesso a todo o tipo de informação relevante, então porque parece que só depois as peças encaixam no grande esquema das coisas?
Será que é o exercício do Poder que obnubila o espírito?
http://educar.wordpress.com/
A justificação-padrão para estas situações divide-se em duas variantes: num dos casos, afirma-se que o contacto com a realidade e com a prática política concreta e com os seus constrangimentos materiais faz com que se reavaliem concepções teóricas anteriores; no outro, que “de fora” e passado algum tempo já existe um distanciamento crítico que permite avaliar melhor as situações.
Nenhum dos argumentos me convence.
Antes de mais porque, assim sendo, parece que todos (ou quase) os ocupantes de cargos de responsabilidade política na área da Educação em Portugal nas últimas décadas chegaram lá impreparados e precisaram de um período de adaptação “à realidade”, “às condições materiais”, “aos limites da governação” que os fizeram perder um importante tempo a informar-se e a preparar-se para governarem efectivamente. Ou, em alternativa, que chegaram com uma agenda que, posteriormente, reconhecem ter sido errada.
Eu sei que a Educação é uma área sensível, polémica e conflitual, onde se cruzam diversas correntes de pensamento e acção. Mas também é verdade que quase todos concordamos no diagnóstico básico dos problemas existentes, no que está mal ou menos bem. O que me parece é que, perante uma panóplia de soluções miraculosas fundamentadas sempre em estudos de conclusões evidentes e teorias sofisticadas e cosmopolitas, as escolhas têm sempre corrido mal.
Quem sabia o que era certo, parece desaprender quando chega à governança. E quem nunca aprendeu, parece que só a posteriori adquire a sapiência que o(a) faz olhar para trás e achar a solução evidente.
Não tenho mais pachorra para isso, admito. Se não estão em condições para assumirem os cargos, por favor abstenham-se de o fazer, controlem a vaidade narcísica. Se acham que estão, e se passam a ter acesso a todo o tipo de informação relevante, então porque parece que só depois as peças encaixam no grande esquema das coisas?
Será que é o exercício do Poder que obnubila o espírito?
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