Feliz Ano Novo! Está na altura de fazer uma actualização das questões do petróleo. As entidades que informaram os números da produção de petróleo de 2006 disseram que as suas estimativas seriam sujeitas a uma revisão posterior. Porém, precisamos de saber já destas implicações. Feita esta advertência, vamos em frente! A partir de Abril de 2005 os preços de petróleo estiveram acima dos 50 dólares por barril. Durante vários meses de 2006, os preços de petróleo foram superiores a 70 dólares. A tais níveis de preços, virtualmente todos os produtores bombearam todo o petróleo possível. Com tal cash flow, qualquer operador de furo que suspeitasse numa manhã que o seu equipamento não produzira o resultado habitual na noite anterior, chamaria logo a Halliburton para tentar corrigir a situação. A Agência de Informação de Energia (EIA) dos EUA publica estimativas mensais da produção de petróleo mundial em www.eia.doe.gov/emeu/ipsr/t11c.xls . Claro que esperamos que as suas estimativas não sejam politicamente enviesadas. A informação ali publicada indica Maio de 2005 como o mês da maior produção mundial de petróleo. Antes disto eu estimara que o pico dos preços se daria em Dezembro de 2005, mas isso aconteceu em Maio. Não me esquecerei disto, não me esquecerei disto. Ao abrir a folha de cálculo da EIA, lemos a primeira nota de rodapé. Diz ali que a "outra" coluna, que é uma das suas categorias mais representativas, foi obtida subtraindo os países individualmente listados do total mundial. Mas como é possível obter um total mundial senão através da adição? Isto seria até motivo de riso, excepto por estarem a fazer tais afirmações com o dinheiro dos meus impostos.
A revista Oil & Gas Journal, no fim de Dezembro de cada ano publica estimativas da produção anual, sujeitas a revisão um ano depois. A estimativa preliminar da O&GJ para 2006 é de 72.486.500 barris por dia, a serem comparados com os 72.361.600 de 2005. Estes 124.900 barris/dia extras não são sequer suficientes para o abastecer todos os novos automóveis na Rússia, na China, e na Índia. O&GJ reports the percentage increase, or decrease, in production for each country. It isn't really exciting to read that Mozambique increased its 2006 oil production by 32 percent over 2005 because their total production was 200 barrels per day. We consumers want to subtract, not divide, 2006 from 2005. Here are the five biggest losers and the five biggest annual winners in barrels per day: A O&GJ informa a percentagem de aumento, ou de diminuição, na produção de cada país. Não é realmente entusiasmante ler que em 2006 Moçambique aumentou em 2006 a sua produção de petróleo em 32% relativamente a 2005 porque a sua produção total era de 200 barris por dia. Nós os consumidores queremos subtrair, não dividir, 2006 de 2005. Aqui estão os cinco maiores perdedores e os cinco maiores vencedores em barris por dia:
A Arábia Saudita tem uma importância particular; há muito é o produtor de equilíbrio (swing producer) para a OPEP e para o mundo. O relatório da EIA para os países da OPEP, que inclui a Arábia Saudita, está em www.eia.doe.gov/emeu/ipsr/t11a.xls . De acordo com a EIA, a produção do petróleo saudita tem estado a rastejar para baixo desde Setembro de 2005. Claro que os valores apresentados pela EIA e pela O&GJ podem não ser precisos, e a explicação não é clara. Pode até acontecer que a diminuição da produção saudita pudesse estar relacionada com a recente redução da produção da OPEC para impulsionar os preços do petróleo. Ou, como Matthew Simmons sugere em Twilight in the Desert, que a petrolífera saudita Aramco pode ser que a diminuição da produção saudita seja um apoio à recente redução da OPEP para incrementar os preços do petróleo. Ou, como afirma Matthew Simmons em Crepúsculo no Deserto (Twilight in the Desert), a Aramco saudita pode estar a lutar para manter o seu nível de produção. Do ponto de vista da engenharia do petróleo, taxa de produção reduzida é a melhor coisa que poderia acontecer aos campos petrolíferos sauditas. Isto permitiria que os contactos óleo-água voltassem à horizontal. Ao longo dos últimos meses, os preços do petróleo caíram dos US$70 por barril para US$50. A maioria das pessoas aprendeu nos seus cursos de introdução à economia que um preço baixo é sintoma de abundância da oferta. Há cerca de cinco anos a revista Wired tentou organizar, em dois anos sucessivos, uma aposta publica de 1000 dólares entre S. Fred Singer e eu próprio sobre preços de petróleo. Eles viam-me como um apostador tolo. Quando a oferta e a procura estão muito próximas, pequenas variações nesta relação causa enormes mudanças nos preços. Também poderíamos lançar uma moeda ao ar para atribuir os 1000 dólares. Eu poderia, e assim fiz, organizar a minha própria aposta não-total investindo num conjunto variado de acções relacionadas com petróleo e de gás natural numa escala superior aos 1000 dólares. Resultou bastante bem, obrigado, embora tenha de cerrar os dentes durante as quedas de preços. Enquanto escrevia este texto foi publicada, pela Forbes, pelo International Herald Tribune e pelo Washington Post, uma declaração do ministro saudita do Petróleo. Dizia ele que a Arábia Saudita aumentará a sua produção de petróleo de 9 para 12,5 milhões de barris por dia, ainda antes de 2009. Espero que tenham êxito. Entretanto, isso vai mantendo os outros investidores calmos enquanto eu vou comprando algumas acções baratas de empresas petrolíferas. Gosto de conversar com empresas financeiras sobre o problema do petróleo. É gratificante verificar que já há muitas pessoas na comunidade financeira que demonstram interesse pelas consequências de uma queda de produção mundial de petróleo. Um dos elogios mais agradáveis que recebi foi-me feito em Tóquio. Um amigo disse-me que cinco anos atrás havia lido Hubbert's Peak, que acreditou no que leu e por isso "ganhou um bocado de dinheiro". Não fui suficientemente rápido para perguntar quantos zeros significaria a expressão "um bocado de dinheiro", mas ele dirige o maior hedge fund da Ásia... Não estou no negócio de recomendar acções individuais. Isso requer demasiado trabalho de casa; não tenho paciência para isso. Está a crescer lentamente o reconhecimento de que a situação petrolífera mundial aproxima-se de uma crise. Mas sempre que o preço da gasolina baixa, muitas pessoas pensam que o problema desapareceu.
Kenneth S. Deffeyes
http://resistir.info/
A revista Oil & Gas Journal, no fim de Dezembro de cada ano publica estimativas da produção anual, sujeitas a revisão um ano depois. A estimativa preliminar da O&GJ para 2006 é de 72.486.500 barris por dia, a serem comparados com os 72.361.600 de 2005. Estes 124.900 barris/dia extras não são sequer suficientes para o abastecer todos os novos automóveis na Rússia, na China, e na Índia. O&GJ reports the percentage increase, or decrease, in production for each country. It isn't really exciting to read that Mozambique increased its 2006 oil production by 32 percent over 2005 because their total production was 200 barrels per day. We consumers want to subtract, not divide, 2006 from 2005. Here are the five biggest losers and the five biggest annual winners in barrels per day: A O&GJ informa a percentagem de aumento, ou de diminuição, na produção de cada país. Não é realmente entusiasmante ler que em 2006 Moçambique aumentou em 2006 a sua produção de petróleo em 32% relativamente a 2005 porque a sua produção total era de 200 barris por dia. Nós os consumidores queremos subtrair, não dividir, 2006 de 2005. Aqui estão os cinco maiores perdedores e os cinco maiores vencedores em barris por dia:
A Arábia Saudita tem uma importância particular; há muito é o produtor de equilíbrio (swing producer) para a OPEP e para o mundo. O relatório da EIA para os países da OPEP, que inclui a Arábia Saudita, está em www.eia.doe.gov/emeu/ipsr/t11a.xls . De acordo com a EIA, a produção do petróleo saudita tem estado a rastejar para baixo desde Setembro de 2005. Claro que os valores apresentados pela EIA e pela O&GJ podem não ser precisos, e a explicação não é clara. Pode até acontecer que a diminuição da produção saudita pudesse estar relacionada com a recente redução da produção da OPEC para impulsionar os preços do petróleo. Ou, como Matthew Simmons sugere em Twilight in the Desert, que a petrolífera saudita Aramco pode ser que a diminuição da produção saudita seja um apoio à recente redução da OPEP para incrementar os preços do petróleo. Ou, como afirma Matthew Simmons em Crepúsculo no Deserto (Twilight in the Desert), a Aramco saudita pode estar a lutar para manter o seu nível de produção. Do ponto de vista da engenharia do petróleo, taxa de produção reduzida é a melhor coisa que poderia acontecer aos campos petrolíferos sauditas. Isto permitiria que os contactos óleo-água voltassem à horizontal. Ao longo dos últimos meses, os preços do petróleo caíram dos US$70 por barril para US$50. A maioria das pessoas aprendeu nos seus cursos de introdução à economia que um preço baixo é sintoma de abundância da oferta. Há cerca de cinco anos a revista Wired tentou organizar, em dois anos sucessivos, uma aposta publica de 1000 dólares entre S. Fred Singer e eu próprio sobre preços de petróleo. Eles viam-me como um apostador tolo. Quando a oferta e a procura estão muito próximas, pequenas variações nesta relação causa enormes mudanças nos preços. Também poderíamos lançar uma moeda ao ar para atribuir os 1000 dólares. Eu poderia, e assim fiz, organizar a minha própria aposta não-total investindo num conjunto variado de acções relacionadas com petróleo e de gás natural numa escala superior aos 1000 dólares. Resultou bastante bem, obrigado, embora tenha de cerrar os dentes durante as quedas de preços. Enquanto escrevia este texto foi publicada, pela Forbes, pelo International Herald Tribune e pelo Washington Post, uma declaração do ministro saudita do Petróleo. Dizia ele que a Arábia Saudita aumentará a sua produção de petróleo de 9 para 12,5 milhões de barris por dia, ainda antes de 2009. Espero que tenham êxito. Entretanto, isso vai mantendo os outros investidores calmos enquanto eu vou comprando algumas acções baratas de empresas petrolíferas. Gosto de conversar com empresas financeiras sobre o problema do petróleo. É gratificante verificar que já há muitas pessoas na comunidade financeira que demonstram interesse pelas consequências de uma queda de produção mundial de petróleo. Um dos elogios mais agradáveis que recebi foi-me feito em Tóquio. Um amigo disse-me que cinco anos atrás havia lido Hubbert's Peak, que acreditou no que leu e por isso "ganhou um bocado de dinheiro". Não fui suficientemente rápido para perguntar quantos zeros significaria a expressão "um bocado de dinheiro", mas ele dirige o maior hedge fund da Ásia... Não estou no negócio de recomendar acções individuais. Isso requer demasiado trabalho de casa; não tenho paciência para isso. Está a crescer lentamente o reconhecimento de que a situação petrolífera mundial aproxima-se de uma crise. Mas sempre que o preço da gasolina baixa, muitas pessoas pensam que o problema desapareceu.
Kenneth S. Deffeyes
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