É muito divertido este vice-presidente da Colômbia, senhor Francisco Santos. Para regozijo das arquibancadas, acaba de proclamar-se reencarnação do mesmíssimo Sancho Pança, o simpático escudeiro, não de cavaleiros andantes e sim de uma vergonha nacional: "Dom" Uribe, o presidente dos narco-paramilitares.
Nas horas culturais dos acampamentos, a discussão era se estávamos perante "Sancho Pança" ou perante "Santos Panza". Ainda que quanto ao seu trabalho seja indiferente uma ou outra expressão, foi aprovado por maioria que soava melhor "Pancho Pança", e ao mesmo tempo evitávamos equipará-lo ao nobre personagem cervantino.
Com ar resoluto, diz "Pancho Pança", especado no seu jumento: como o Congresso não defende "Dom" Uribe, a partir deste momento declaro-me seu escudeiro fiel.
Missão difícil. Os senadores e representantes uribistas não o defendem porque estão ocupados a defender-se junto ao Tribunal Supremo de Justiça, que os envolve na narco-para-política. Nem o diário El Tiempo, da casa de "Pancho Pança", nem o governo Bush, nem o cacique empresarial Júlio Mário Santodomingo, poderão defender o indefensável perante o veredicto do povo e da opinião pública internacional.
Que classe de governo é esse da Colômbia, pergunta-se a bancada democrata do Congresso dos Estados Unidos perante o escândalo da narco-para-política que sacode o país sul-americano.
Outro governo nas mesmas circunstâncias, em qualquer lugar do planeta, já teria caído. Aqui, sustenta-o o cinismo. O cinismo do próprio Uribe, do governo de Washington, do diário do sr. Santos que tem como quota no governo a vice-presidência e o Ministério da Defesa… e as cortinas de fumo.
O mundo deve abrir bem os olhos. Uribe não é o presidente dos colombianos e sim dos narco-paramilitares. Eles o elegeram, financiaram-lhe a campanha, obrigaram a votar por ele a ponta de fuzil, fizeram fraude eleitoral a seu favor…
O governo de Uribe é ilegítimo e ilegal. Os povos do mundo e os governos verdadeiramente democráticos devem apoiar as justas mobilizações do povo da Colômbia que começam a activar-se para exigir a renúncia do sr. Uribe.
A presidência de Uribe foi erguida sobre milhares de cadáveres, de fossas comuns, de esquartejados com moto-serras, sobre as lágrimas da deslocação forçada da população e do apoio criminoso do governo da Casa Branca.
Que renuncie agora! Este deve ser o grito das paredes, o grito dos povos, a exigência dos governos do mundo. Que essa máfia que tomou o Palácio de Nariño e o Congresso da República saia do governo e permita e edificação de um novo país.
Iván Márquez
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