Ainda na sequência da notável explosão em Carnaxide, que catapultou este país para o mundo desenvolvido das tragédias, alguns comentários devem ser feitos. Em primeiro lugar, uma residente do prédio, que por pouco não foi pelos ares, dizia à televisão que tinha chamado o “piquet” quando lhe cheirou a gás. É um erro chamar-se Piquet quando cheira a gás, manda a circunstância que se chame logo Alain Prost, que sempre foi mais rápido.
Seja como for, notável é o facto da explosão estar relacionada com o manuseamento de um maçarico durante a reparação de uma fuga de gás. Uma decisão destas compete com o enchimento de um colete salva vidas com betão ou com a abertura do vidro do comandante de um avião pressurizado, só para mandar uma cuspidela. O que terá passado pela cabeça do técnico, a quem se deseja rápidas melhoras, naquele momento? Estaria pressionado, por estar a trabalhar durante o fim-de-semana? Não terá tido formação suficiente? Gosta de pregar partidas aos clientes da companhia?
A verdade é que a sua decisão caiu como uma bomba naquele bairro. Ninguém estava à espera de um desfecho daqueles. Qualquer pessoa confiaria a vida ao técnico de gás. Podemos não confiar em políticos, em mágicos ou em banqueiros, mas num técnico de gás todos confiam. As crianças brincam com as ferramentas deles, os velhos abeiram-se para conversar um pouco.
Espera-se que todos aqueles que foram afectados ultrapassem rapidamente este acontecimento e que comam sushi enquanto não recuperam do trauma.
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