quarta-feira, março 21, 2007

Viva Pina!

Saber quantos são 2 mais 2 e quem foi o primeiro rei de Portugal (ou que a água ferve a 100 graus e ângulo recto a 90…) é ainda hoje algo capaz de suscitar mais hostilidade social do que acender um charro no meio da missa e o melhor que tem a fazer quem sabe coisas como essas é não confessar a ninguém.
(…)
Nas universidades, os estudantes que estudam em vez de copiar nos exames são «marrões» e os poucos que lêem são «ratos de biblioteca», sendo que o problema não é serem «ratos» (ser «rato», na política, nos negócios, na vida em geral, é um elogio que se agradece com um sorriso de modéstia), o problema é serem, bleugh!, «de biblioteca». Um estudante «rato» é o que consegue tirar o curso sem ter lido um livro e que, metendo pela via rápida, de qualquer juventude partidária, em pouco tempo chega a assessor de uma Secretaria de Estado, enquanto o colega «intelectual» continua estupidamente encafuado na biblioteca a preparar o mestrado para poder inscrever-se no Centro de Emprego.
«Marrão», «rato de biblioteca», «filósofo», «poeta», «intelectual», «académico» são insultos que, em Portugal, nem aos árbitros de futebol se dirigem. (Manuel António Pina, “Avaicho os intelequetuais!” na Visão de hoje, p. 108 e não na 112 como o errado índice da revista indica, talvez feito por algum anti-intelectual)
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