A operação policial que se montou à porta do balcão de um banco, hoje em Gaia, dava para resolver os conflitos no Iraque. Tudo por um pobre de um septuagenário que se enervou com dois ou três bancários. Se eu fosse polícia e me encontrasse numa situação destas, na dúvida prendia os gajos do banco.
Mas é fácil perceber o que se passou. O idoso começou a falar alto e parece que isso bastou para que clientes e funcionários, naquele banco, começassem a correr pela vida, Gaia fora. Ora, o desenlace era previsível; ficou o senhor sozinho no banco sem ninguém para desabafar.
Chega a polícia e lança o pânico. Operacionais com coletes à prova de bala, capacetes e caçadeiras. Até perímetro de segurança “diz que” havia. Era um velhote fechado num banco para cem homens da polícia.
Durante a manhã, correu o boato que o senhor tinha uma pasta com explosivos. Tal fofoca permitiu à polícia dar uso à brigada de minas e armadilhas, que estilhaçou a bolsinha do senhor.
Mesmo não sendo especialista em operações deste calibre, suspeito que bastavam dois berros ao velhote para dar cabo da novela. Ou então, fugindo um pouco à brutalidade do costume, soltar dois pardalinhos famintos junto à porta do banco também funcionava. Parece que estou a ver o senhor vir cá fora para distribuir pedacinhos de pão.
Mas enfim, preparámo-nos para o terrorismo num campeonato europeu de futebol e o resultado é que já um homem não pode dar dois murros no balcão de um banco.
http://www.lobi-do-cha.blogspot.com/
1 comentário:
Parabéns pelos seus artigos senhor Francisco Trindade. Dos textos seus que li até agora, todos vão ao encontro do que eu penso também sobre muitas matérias. No entanto, ainda gostaria se possivel de ver a minha dúvida esclarecida relativamente ao seu artigo sobre a partenogenese no artigo "Dragões de Komodo e a Virgem Maria" e o meu comentário com a respetiva questão aprovado e publicado.
Boas reflexões.
Cumprimentos
Fabio Alves
Enviar um comentário