A partenogénese é um fenómeno biológico extremamente interessante. Fêmeas conseguem procriar sem qualquer necessidade de um macho. Este fenómeno ocorre naturalmente em invertebrados e em certas plantas, sendo muito mais raro a sua ocorrência em seres vertebrados. Dentro dessas raras ocorrências, encontramos alguns casos em salamandras, peixes, perus e lagartos.
Uma das mais fenomenais ocorrências de partenogénese associou-se aos Dragões de Komodo. Em 2006, duas fêmeas evidenciaram o fenómeno. Flora, uma fêmea que vive no jardim zoológico de Chester, no norte da Inglaterra, colocou 11 ovos sem nunca ter tido contacto com um macho da sua espécie. 5 desses ovos transformaram-se em 5 pequenos dragões.
Também em Inglaterra, mas desta vez em Londres, uma fêmea de nome Sungai deu à luz 4 pequenos dragões, depois de estar separada de machos há mais de 2 anos. No caso da virgem Flora a partenogénese assumiu-se como evidente, mas o mesmo não se passou com Sungai. Testes efectuados procuraram evidências de uma armazenagem de esperma que possibilitasse a fecundação após mais de 2 anos sem actividades sexuais, num fenómeno conhecido como super fecundação. Tal situação não foi confirmada, pelo que Sungai, embora não sendo virgem, conseguiu tal como Flora, ser mãe e pai ao mesmo tempo. A partenogénese em Dragões de Komodo demonstra uma enorme eficácia evolutiva face a pressões de ecossistemas.
Devido às duas únicas hipóteses de emparelhamento cromossomático, uma partenogénese em Dragões de Komodo apenas poderá produzir machos, pela presença do emparelhamento de cromossomas Z, ou caso se defina emparelhamentos de cromossomas W, não existe desenvolvimento. Essa procriação de machos é a suficiente para a preservação da espécie, visto a possibilidade de reprodução sexuada entre a mãe e os filhos. Este incrível fenómeno demonstra inequivocamente as defesas naturais de uma espécie em perigo relativo de extinção.
Estes animais só foram conhecidos pelos Europeus em 1910, por intermédio de Peter Ouwens. Os Varanus komodoensis são os maiores lagartos vivos conhecidos, que conseguem atingir os 3 metros e meio e pesar até 125 Kilos. Alimentam-se de cabras, veados, búfalos, cavalos, porcos e macacos entre outros. A sua cauda consegue derrubar os mais pesados e ágeis animais, para além de possuir garras letais, e bactérias na sua mandíbula que matam animais por infecções, como por exemplo os enormes búfalos. Estes factores fazem do maior lagarto do Mundo um predador extremamente letal, factores esses exponenciados pelas suas estratégias e pela paciência. Nas ilhas Komodo estes lagartos gigantes são uma enorme atracção turística, passeando livremente pelas praias e convivendo pacificamente com os habitantes locais.
A capacidade ancestral da partenogénese em Dragões de Komodo conferem-lhes uma forte arma de subsistência da espécie, possibilitando que uma fêmea seja deixada sozinha numa ilha e que consiga procriar. Os dois casos vieram trazer uma hipótese plausível de a partenogénese ser mais frequente do que anteriormente se considerava.
A nível Humano a partenogénese é apenas conseguida artificialmente. Uma mulher pode artificialmente gerar um filho com a participação dos seus próprios genes. O óvulo teria de ser enucleado, e após isso seria colocado em seguida o seu próprio DNA. Todas as restantes procriações Humanas envolvem impreterivelmente a acção de um macho como forma de continuidade da espécie.
Um dos mais estranhos fenómenos de reprodução Humana sem envolvimento de um macho é o do dogma da virgem Maria, a mãe de Jesus Cristo. O cristianismo quer que se acredite numa reprodução Humana sem intervenção masculina, numa altura em que obviamente não existiam técnicas de reproduções artificiais. A análise do caso insólito não envereda por grandes estudos científicos, pois assenta numa afirmação sem o mínimo vestígio de evidência. O próprio livro considerado como a palavra do deus judaico-cristão nada fala sobre uma partenogénese ou reprodução assexuada durante o Antigo Testamento. A tentativa de virgação de uma hipótese altamente improvável falha desde o começo. Lucas e Mateus tentaram introduzir um acontecimento cuja probabilidade deverá rondar uma probabilidade semelhante à de uma pessoa ganhar 100 vezes consecutivas a lotaria.
Maria teria concebido um filho sendo virgem, palavra essa cuja tradução em grego é pathernos, palavra grega também usada na constituição da palavra partenogénese. Ora as palavras de Lucas e Mateus baseadas numa suposta virgindade remetem para o Antigo Testamento, nos escritos de Isaías. Tais escritos foram erradamente traduzidos, pois Isaías define Maria como uma jovem mulher e não como virgem. Lucas e Mateus traduziram a palavra alma, que significa jovem mulher, para pathernos, que significa virgem.
Todos os dogmas cristãos de repressão sexual e de grande parte das humilhações feminina caem por terra, apenas e só por uma palavra mal traduzida. A virgem Maria não era virgem, tanto pela falta de evidências em favor dessa suposta virgindade, como pelas quantidades enormes de evidências que comprovam a reprodução sexuada de Maria.
Afigura-se um caso extremamente problemático, a associação de uma única palavra com uma religião que leva biliões de pessoas a acreditarem em algo que é falso, que é comprovado como falso por todas as evidências que temos, e que nem sequer assenta num pretenso livro que revela a palavra de um pretenso deus.
As invenções religiosas são uma nódoa no intelecto Humano, e um insulto à Natureza. A Natureza consegue que fêmeas virgens procriem, e a religião não, a não ser na mente dos menos informados e mais conformados com verdades falsas. A imaculada concepção existe. A virgem Flora é a prova dessa possibilidade, com a sua concepção imaculada de 5 pequenos messias de poucos centímetros que se desenvolvem para lagartos com 3 metros e mais de 100 Kilos de peso. A Natureza é que define leis, não a religião.
Artigo também publicado em Ateismos.net e LiVerdades
um artigo de Bruno Miguel Resende
http://www.ateismo.net/diario/
1 comentário:
Enviar um comentário