Um leitor escreveu-nos: “Dizem vários climatologistas que o vapor de água contribui com cerca de 95 % para o efeito de estufa da Terra. Não se trata de uma afirmação ideológica ou política. Trata-se de uma asserção que pode ser confirmada ou refutada. Se confirmada, parece que não se justifica o alarido que tem vindo a ser feito acerca da contribuição antropogénica para os gases com efeito de estufa.»
É verdade o que diz o leitor. De facto, a acção do vapor de água é escondida pelo IPCC nos seus documentos ditos científicos. Mas não é apenas o vapor de água que é oculto pelos “milhares de cientistas” do IPCC. Também as nuvens e os vulcões, por exemplo, ficam no tinteiro.
O vapor de água é muito importante. Mas, nas designadas ondas de calor está manifestamente enfraquecido – devido à secagem da atmosfera – pelo que é desmentida a teoria do efeito de estufa antropogénico. Nem sequer o efeito de estufa natural é responsável pelas ondas de calor.
As ondas de calor não têm rigorosamente – repete-se, rigorosamente – nada a ver com gases com efeito de estufa, nem naturais nem antropogénicos. As elevadas temperaturas de Dezembro 2006 - Janeiro 2007 também não foram devidas aos gases com efeito de estufa de qualquer proveniência.
O vapor de água é, de longe, o principal gás com efeito de estufa, embora constitua apenas 0,3 % da composição atmosférica. A sua distribuição é extremamente desigual, tanto geograficamente como em altitude.
A vida na atmosfera do vapor de água é breve. Através dos mecanismos da evaporação e da precipitação, a renovação do potencial global de água demora menos do que duas semanas.
As moléculas do vapor de água têm uma configuração triangular com o átomo do oxigénio no vértice superior. Nas do dióxido de carbono o átomo de carbono situa-se no centro de uma configuração linear simétrica com os de oxigénio nos extremos.
A diferente configuração – triangular e linear –, dá origem a diferentes estados vibratórios, originados por fenómenos complexos, com vantagem para o vapor de água. Até neste aspecto o vapor de água leva vantagem.
O dióxido de carbono, representa 0,037 % na composição da atmosfera. As emissões devidas às actividades humanas são apenas um vigésimo das emissões naturais. Três quartos daquelas são devidos à queima dos combustíveis fósseis. O outro quarto deve-se à desflorestação e às práticas agrícolas.
O forçamento radiativo antropogénico do CO2 desde o ano de 1750 é tão-somente 1,4 W/m2. A medição da constante solar varia entre 1360 W/m2 e 1373 W/m2. Isto é, o seu valor pode estar dentro de uma faixa de 13 W/m2. Este valor é quase o décuplo do forçamento radiativo antropogénico do CO2. A acção deste é indetectável.
Ou dito de outra forma, o forçamento é cerca de um milésimo da constante solar. Se quisermos compará-lo com os 342 W/m2 da radiação solar que penetra no topo da atmosfera, representa, aproximadamente, apenas 0,4 %.
Também se pode avaliar o efeito antropogénico do CO2 pela sua insignificância de 0,117 % do valor global do efeito de estufa. O vapor de água é, com efeito, muito mais abundante e mais apto a reter-e-emitir calor do que o dióxido de carbono.
O cientista Broecker disse, curiosamente, que o vapor de água é o único componente da atmosfera capaz da aquecer e arrefecer a Terra. Ver: “Carlowitz, M., (1996). Did water vapor drive climate cooling? EOS, vol. 77, nº 33, 321-322”.
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