O Jornal Oficial do Partido Socializante, mais conhecido por Diário de Notícias, no seu editorial de hoje consegue demonstrar de forma cabal que tem como missão defender o partido e José Pinto de Sousa.
José Sócrates chamou ontem, em segredo, professores do PS à sede do partido. Não se conhecem os métodos de selecção, nem os objectivos. Mas é fácil adivinhar que o primeiro-ministro tenta meter lanças entre um dos sectores mais corporativos do País e com maior poder.
Sócrates, que terá chamado a si o controlo da reforma na Educação, dando apoio pessoal à ministra, procura evitar males maiores, como os que levaram à substituição do ministro da Saúde. Explicando as grandes mudanças a quem as vai ter de protagonizar, o primeiro-ministro contava com o passa-palavra e influência dos professores do partido para atenuar as últimas polémicas.
Mas foi outra a consequência: por sms, os professores anteciparam-se e convocaram uma manifestação supostamente espontânea (como também era supostamente secreta a reunião). No Largo do Rato, como há muito não acontecia, centenas vaiaram o primeiro-ministro. Vale o que vale, tendo em conta que a qualquer lado onde Sócrates tem ido têm-lhe sempre saído ao caminho uns quantos manifestantes, perfeitamente organizados. Mas José Sócrates irritou-se a sério desta vez. Falou de uma acção antidemocrática. Mesmo que tenha razão, errou: ficar abalado com estas acções populares é um mau sinal depois do que os protestos da rua fizeram a Correia de Campos e à sua reforma.
Este é o verdadeiro estado a chegou a nossa “comunicação social”! Em vez de se realizar jornalismo independente e de investigação, faz-se “jornalismo” de propaganda ao poder existente ao àquele que está para chegar. A este tipo de jornalismo é habitual dar-se o nome de SERVILISMO e/ou de PÉSSIMO JORNALISMO.
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