Sócrates morreu.
O Conselho de Ministros reuniu de urgência para decidir onde deveria ser enterrado.
Luis Amado sugeriu:
- Deve ser enterrado em Vilar de Maçada. Afinal, é a terra natal dele.
Então Mário Lino que, não se sabe como, entrou na reunião cambaleando, disse com aquela entoação típica dos finais de almoços bem regados:
- Em Vilar de Maçada pode ser... Mas em Jerusalém: JAMÉ!...
Como estava naquele estado, ninguém lhe prestou atenção.
Teixeira dos Santos, então, disse:
- Acho que deve ser na Covilhã, onde viveu e fez carreira política. E onde assinou aqueles maravilhosos projectos que o firmaram como um dos maiores vultos da Engenharia portuguesa...
Mário Lino, mais uma vez, interveio:
- Na Covilhã pode ser... Mas em Jerusalém: JAMÉ! JAMÉ!
Novamente, ninguém lhe deu ouvidos.
Manuel Pinho, finalmente, sugeriu:
-Nem em Vilar de Maçada, nem na Covilhã. Deve ser enterrado em Lisboa, pois era o Primeiro-Ministro, aliás, o melhor Primeiro-Ministro que Portugal já teve, desde o tempo desse grande estadista que foi D. Sebastião, e todos os Primeiros-Ministros devem ser enterrados, obviamente, na Capital.
E Mário Lino, novamente:
- Em Lisboa pode ser... Mas em Jerusalém: JAMÉ! JAMÉ!
Aqui, todos perderam a paciência com o impertinente:
- Ó Lino, pá! Porquê esse medo todo de Sócrates ser enterrado em Jerusalém?
E Mário Lino:
- Porque uma vez enterraram lá um tipo e dizem que ele RESSUSCITOU!...
P.S. Sócrates já entrou, gloriosamente, para o anedotário nacional...
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