sexta-feira, junho 27, 2008

Depois da farsa, o gozo

«(…) Entre os objectivos que se pretende conseguir com a revisão do código do trabalho, o Governo destaca a conciliação da vida laboral com a vida pessoal e melhorar a adaptabilidade nas empresas.» Há aqui um equívoco. Um, não, dois. Pensando melhor, são três:

1º equívoco - onde se lê “a conciliação da vida laboral com a vida pessoal”, leia-se “a conciliação da vida laboral com o transporte para casa e com a cama”, a única possível com o horário concentrado de 12 horas por dia durante três dias seguidos ou com a semana de 50 horas, consagrados no novo Código;
2º equívoco: onde se lê “melhorar a adaptabilidade das empresas”, leia-se “melhorar a adaptabilidade das pessoas”. São as pessoas que terão que adaptar-se às empresas e não o contrário. As empresas apenas têm que adaptar-se a não terem que pagar horas extraordinárias e a poderem dispor da vida de quem nelas trabalha, o que, convenhamos, não exige grande esforço;3º equívoco: O Governo deve pensar que os portugueses são todos parvos. Também os há, é certo, e é a esse grupo restrito, e não ao público em geral, que o Governo deve disponibilizar as notas de imprensa com estas características.
http://opaisdoburro.blogspot.com/

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