segunda-feira, junho 16, 2008

José Ventura "morreu em vão"

Morte de um camionista. Em Viseu, mais de cem camionistas comemoraram com porco e cerveja as conquistas do bloqueio. Em Santarém, uma família chora a morte de José, atropelado por um colega no piquete em Zibreiros. Alda, a viúva, não tem dúvidas - não valeu a pena o sacrifício do marido

Viúva lamenta que acordo só beneficie grandes empresas

"Não valeu a pena a morte do meu pai nem a luta que travámos durante aqueles dias e noites de sacrifício", lamenta Luís Ventura, que assistiu à morte do seu pai José Ventura, o camionista de 53 anos morto no piquete de bloqueio na Zibreira, Torres Novas, na terça-feira passada.

Luís recebe-nos no quintal da casa, onde os seus três filhos brincam com um gato e procuram desesperadamente um pouco de atenção, também eles ainda atordoados com a morte brutal do avô.

Foi aqui que no domingo passado José Ventura reuniu meia dúzia de colegas para um almoço, em que decidiram avançar com o bloqueio iniciado nesse mesmo dia à meia-noite.

"Foi naquele almoço de amigos que começou a nossa desgraça. A única coisa que conseguimos foi mostrar que somos o único sector de actividade que consegue bloquear todo o País em apenas três dias", afirmou Luís Ventura, que participou com os outros camionistas no bloqueio e assistiu à morte do pai, debaixo do rodado de um camião.

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