A foto mais assustadora que já vi na internet está em www.spaceweather.com, onde encontrará uma imagem em tempo real do Sol tomada pelo Solar and Heliospheric Observatory, localizado no espaço profundo no ponto de equilíbrio entre a gravidade solar e terrestre.
O assustador nesta foto é que há apenas uma diminuta mancha solar.
Desconcertante como possa ser para os verdadeiros crentes do aquecimento global, a temperatura média sobre a Terra tem permanecido firme ou em declínio lento durante a última década, apesar do contínuo aumento da concentração atmosférica do dióxido de carbono, e agora a temperatura global está a cair precipitadamente.
Todas as quatro agências que rastreiam a temperatura da Terra (o Hadley Climate Research Unit na Grã-Bretanha, o NASA Goddard Institute for Space Studies em Nova York, o grupo Christy na University of Alabama, e Remote Sensing Systems Inc na Califórnia) relatam que ela arrefeceu cerca de 0,8ºC em 2007. Isto constitui a mudança de temperatura mais rápida no registo instrumental e traz-nos de volta ao ponto em que estávamos em 1930. Se a temperatura não recuperar em breve, teremos de concluir que o aquecimento global está ultrapassado.
Também há uma abundância de evidências anedóticas de que 2007 foi excepcionalmente frio. Nevou em Bagdad pela primeira vez em séculos, o Inverno na China foi simplesmente terrível e a extensão do gelo marítimo Antárctico no Inverso Austral foi a maior já registada desde que James Cook descobriu o lugar em 1770. [NR]
Não é possível retirar conclusões acerca de tendências climáticas a partir de eventos num único ano, de modo que eu normalmente ignoraria este golpe de frito como transitório, dependendo do que aconteça nos próximos poucos anos.
É aqui que entra o SOHO . O número de manchas solares segue um ciclo de comprimento um tanto variável, com termo médio de 11 anos. O mínimo mais recente foi em Março do ano passado. O novo ciclo, Nº 24, era suposto começar logo após aqueles, com uma acumulação gradual do número de manchas solares.
Isto não aconteceu. A primeira mancha solar apareceu em Janeiro deste ano e durou apenas dois dias. Um ponto diminuto apareceu segunda-feira passada mais desvaneceu-se em 24 horas. Outro pequeno ponto apareceu nesta segunda-feira. Rezemos para que haja muitos mais, e dentro em breve.
A razão porque isto importa é que há uma estreita correlação entre variações no ciclo de manchas solares e o clima da Terra. O período anterior em que um ciclo foi prolongado tal como este foi no Dalton Minimum, um período especialmente frio que perdurou durante várias décadas a partir de 1790.
Os Invernos no Norte tornaram-se ferozes: em particular, a derrota do Grande Exército de Napoleão durante a retirada de Moscovo em 1812 foi pelo menos parcialmente devida à falta de manchas solares.
O rápido declínio da temperatura em 2007 tenha coincidido com a falha do ciclo Nº 24 em começar no tempo previsto não é prova de uma conexão causal mas é motivo para preocupação.
Já é tempo de por de lado o dogma do aquecimento global, pelo menos para começar o planeamento de contingência do que fazer se estivermos a nos mover para um outra pequena idade do gelo, semelhante àquela que perdurou de 1100 a 1850.
Não há dúvida de que a próxima pequena idade do gelo seria muito pior do que a anterior e muito mais danosa do que qualquer coisa que o aquecimento pudesse fazer. Há muitas pessoas agora e tornámo-nos dependentes de umas poucas áreas de agricultura temperada, especialmente nos EUA e Canadá. O aquecimento global aumentaria a produção agrícola, mas o arrefecimento global irá diminuí-la.
Milhões passarão fome se nada fizermos como preparação para isto (tal como mudanças de planeamento na agricultura a fim de compensar), e outros milhões mais morrerão de doenças relacionadas com o frio.
Há ainda uma outra possibilidade, remota mais muito mais séria. Os núcleos de gelo da Gronelândia e Antárctica e outras evidências mostram que nos últimos vários milhões de anos uma glaciação severa afligiu gravemente o nosso planeta.
A verdade negra é que, sob condições normais, a maior parte da América do Norte e da Europa são cobertas sob cerca de 1,5 km de gelo. Este clima drasticamente frígido é interrompido ocasionalmente por breves aquecimentos interglaciais, que tipicamente perduram menos de 10 mil anos.
O período interglacial que desfrutamos através da história humana registada, chamado Holoceno, começou 11 mil anos atrás, de modo que o gelo está atrasado. Também sabemos que a glaciação pode ocorrer rapidamente: o declínio necessário na temperatura global é cerca de 12ºC e pode acontecer em 20 anos.
A próxima descida numa idade do gelo é inevitável mas pode não acontecer por mais 1000 anos. Por outro lado, deve ser observado que o resfriamento em 2007 foi ainda mais rápido do que em transições glaciais típicas. Se ele continuasse durante 20 anos, a temperatura em 2027 seria 14ºC mais fria.
Nessa altura, a maior dos países avançados teria cessado de existir, desaparecendo sob o gelo, e o resto do mundo seria confrontado com uma catástrofe para além da imaginação.
A Austrália pode escapar à aniquilação total mais certamente seria invadida por milhões de refugiados. Uma vez principiada a glaciação, ela perdurará 1000 séculos, um intervalo de tempo incompreensível.
Se a pequena idade do gelo está a chegar há uma pequena probabilidade de que possamos impedir ou pelo menos atrasar a transição, se estivermos preparados para agir suficientemente cedo e numa escala suficientemente ampla.
Por exemplo: Poderíamos juntar todos os bulldozers do mundo e utilizá-los para sujar a neve no Canadá e na Sibéria na esperança de reduzir a reflexão (reflectance) de modo a absorver mais calor do Sol.
Também podemos libertar enormes fluxos de metano (um gás com efeito estufa poderoso) a partir dos hidratos sob a camada de terra congelada (permafrost) do Árctico e sobre as plataformas continentais, utilizando talvez armas nucleares para desestabilizar os depósitos.
Não podemos saber realmente, mas a minha estimativa é de que as probabilidades sejam de pelo menos 50-50 de que nas próximas décadas veremos resfriamento significativo ao invés de aquecimento.
A probabilidade de que estejamos a testemunhar o início de uma idade do gelo real é muito menor, talvez um em 500, mas não totalmente desprezível.
Todos aqueles que pressionam por acções para reduzir o aquecimento global precisam retirar as viseiras e pensar um pouco no que deveríamos fazer se ao invés disso estivermos a enfrentar o arrefecimento global.
Será difícil para as pessoas enfrentar a verdade quando as suas reputações, carreiras, gratificações do governo ou esperanças de mudança social dependem do aquecimento global, mas o destino da civilização pode estar em causa.
Nas famosas palavras de Oliver Cromwell, "Suplico-lhe, pelas entranhas de Cristo: pense na possibilidade de estar errado".
Phil Chapman
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
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