segunda-feira, junho 16, 2008

Onde é que assino?

Há pouco, numa entrevista na RTP2, perguntaram a Saramago o que pensava sobre o "deslize" ou "gaffe" de Cavaco Silva a propósito do famoso "dia da raça". O escritor respondeu algo que também penso. "Não há gaffes nem deslizes". Há sim um momentâneo lapso no controlo... e lá sai o que realmente e lá no fundo se pensa.
Quando um tipo se embebeda e diz que a sogra é uma megera ou faz comentários racistas sobre um jogador do seu próprio clube, a sua atenuante não é estar com os copos, mas sim o estar a ser, finalmente, sincero, ao contrário dos outros dias em que se mantém tão sóbrio quanto hipócrita. Cavaco Silva está quase sempre muito sóbrio...
Agora, comentando o resultado do referendo, obrigatório, segundo a Constituição do Estado e do povo da Irlanda, lá teve mais uns "deslizes" ou "gaffes" que são verdadeiras pérolas de espírito democrático.
Por exemplo... “O Governo irlandês tem que propor uma solução para ultrapassar esta dificuldade que seja aceite pelos outros 26 Estados-membros” ...ou seja, votaram assim mas não deviam ter votado, portanto agora o problema é deles.
Ou ainda... “Os tratados internacionais nunca deveriam ser objecto de referendo e tivemos agora a prova disso”... esta já sabíamos.
Depois ainda conta descaradamente como no seu tempo, recorrendo à chantagem mais rasteira (que é o que vão fazer também agora) acabaram por "convencer" a Dinamarca a mudar o sentido de voto expresso no seu NÃO ao então em causa Tratado de Maastricht.

Como tenho a sorte de ter leitores que não só comentam como o podem fazer melhor do que eu, comento apenas com uma declaração:
Ainda bem que o representante da monarquia e "nosso" pretendente ao trono é "aquilo", senão eu sei lá... num momento de fraqueza...
E uma pergunta:
Onde é que uma pessoa se pode dirigir para assinar um papel ou seja lá o que for, no sentido de deixar de ter esta... digamos assim... porcaria de presidente?
http://samuel-cantigueiro.blogspot.com/

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