terça-feira, junho 03, 2008

Eis a verdade


Os combustíveis, esta semana, subiram lá por 3 vezes.
Mesmo assim os preços são estes - e na fronteira! - como se pode comprovar.
Lá mais para o interior estão mais baratos ainda.
As campanhas de desinformação das televisões, que deliberadamente mentem aos portugueses fazendo-lhes crer que a diferença nos combustíveis em geral é de apenas 12 cêntimos, como vimos e ouvimos durante toda a semana passada, são completamente falsas. Aqui se prova.
E eu pergunto:
Quem obriga as televisões a mentir a este desgraçado povo?

Este é o aspecto de todas as bombas desde Celorico até Vilar Formoso. E ainda são uns bons 60 quilómetros de distância...
Centenas de postos de trabalho já foram extintos. Outros tantos em vias disso e milhões perdidos pelo Estado, por semana.
Não há visão.
Enquanto esta classe governante estiver convencida que os super lucros que arrecada subitamente neste extra-imposto ainda é superior ao que vai perdendo, por via da queda do consumo de combustíveis nas fronteiras e nas frotas terrestres internacionais, tudo continuará assim.
Mas é bom lembrar que em 74 a classe política de então também estava convicta de que o povo estava absolutamente esmagado e conformado com a sua sorte e não se vislumbrava qualquer tipo de problema para o regime de então.
Enganaram-se.
Claro que não foi o povo quem se revoltou, bem entendido...
O povo português da República tornou-se amorfo, insensível, cobarde e muito acomodado. O povo da segunda República e do Estado Novo foi, para além disso, também muito sacrificado e estupidificado, dando por sua vez origem a uma geração de broncos e de tugas como ainda hoje, já em Democracia e em Liberdade, se pode comprovar no histerismo colectivo do apoio à selecção de futebol, ou nos 25 minutos que a TVI dedica na abertura dos seus telejornais a não-notícias relacionadas com esta droga futebolística que tem sido, ao longo de décadas e pelos vistos com o maior sucesso, injectada ao povo mais analfa da europa.
A sociedade portuguesa, tal como hoje está caoticamente destruturada, com pais drogados por futebol, mães sem esperança e sem ânimo e crianças que declaram abertamente não terem comida em casa, é o melhor terreno para se semear a alienação, a estupidez, a cobardia e a corrupção.
Esta absoluta ausência de valores e de Conhecimento é o terreno mais fértil para a proliferação da nossa Portugalidade Tony Carreirista.
O povo está, de facto, muito estupidificado, se comparado com o dos finais da monarquia e da Carbonária, em que rebentavam mais bombas por dia em Lisboa do que barcos havia no Tejo.
Hoje é só isto: amorfismo, demissão, cobardia e frustração, já que no fundo ainda existe uma réstea de lucidez na mente tuga no reconhecimento da sua impotência e incapacidade de revolta provocadas pela incultura a que o estado remeteu este povo indescritivelmente impreparado para aceitar os desafios de uma sociedade alucinada pelo dinheiro e lucro fácil.

Já nem Fátima, nem fado, nem Família, nem Deus nem Estado.
O ópio deste povo, caro Karl, ficou mesmo só o futebol.
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