terça-feira, junho 03, 2008

PERDOAI-LHES, SENHOR, QUE ELE SABEM BEM O QUE FAZEM

De acordo com as várias notícias (veja-se, por exemplo a do Portugal Diário), "o Tribunal de Contas detectou despesa pública ilegal de mais de 800 milhões de euros ao longo de 2007.

E o ministro da Finanças diz que não está «admirado», considerando que a despesa pública ilegal representa uma pequena parte da despesa total do Estado, após o Tribunal de Contas anunciar que a despesa pública irregular ultrapassou os 800 milhões de euros em 2007.

«Tratando-se de um número que impressiona, temos de ter uma visão relativa do que ele representa - 1,1 por cento da despesa total da administração pública», afirmou Teixeira dos Santos à margem de uma visita às novas instalações do Banco Europeu de Investimento no Luxemburgo, hoje inauguradas.

Ora, senhor ministro, para si poderão ser migalhas! Mas será que não percebe a imoralidade do que é desperdiçar migalhas quando há portugueses a morrer de fome?

Qualquer desperdício é imoral nos tempos cruéis que atravessamos. Um desperdício ilegal não é uma mera imoralidade; é um crime! Leu bem, senhor ministro, um CRIME.

Eu sei que o senhor deve saber fazer contas muito complicadas, que certamente eu não devo saber fazer. Mas, ao proferir tal afirmação, demonstra que sabe fazer contas grandes, mas não sabe olhar para para a realidade que o rodeia; demonstra que está habituado a números com muitos milhões, mas esquece que há compatriotas a quem 1 Euro faz falta.
Para ter uma noção das migalhas, esse montante daria para uma destas opções:
. para entregar mais de 80 Euros a cada português;
. para doar mais de 400 Euros a cada português que passa fome;
. para devolver mais de 1.400 Euros a cada funcionário público "roubado" ao longo dos últimos anos;
. para devolver mais de 10.000 Euros a cada professor "congelado", delapidado e enganado;
. para "subsidiar" os bens essenciais que começam a tornar-se inacessíveis para muitos;
. para modernizar escolas, hospitais, tribunais, etc.
. para, enfim, tudo o que quiser, menos para a ilegalidade clandestina.

Se um cidadão comum agir contra a lei, é julgado por isso, arriscando a respectiva pena. Que eu saiba, não é o Estado que comete as ilegalidades, mas sim quem nele detém o poder e a quem estão confiadas as "coisas públicas" (res publicae).

É por estas razões que, cada vez mais, julgo que os políticos deveriam responder em tribunal, pois estou farto daquela "tanga" da penalização pelas eleições: ganham-nas, escarnecem-se e "vingam-se" ainda mais; perdem-nas, arranjam tachos e urdem caminhos que levam a chorudos ordenados e posições onde as influências continuam!
Perdoai-lhes, Senhor... Que eles sabem bem o que fazem.
http://mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com/

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