Eleitoralismo incompetente
Na entrevista à TVI de Manuela Ferreira Leite ouvimos algumas afirmações sobre a homossexualidade que são um exemplo do que é uma má jogada eleitoralista: tentar disfarçar o reaccionarismo com argumentos incompetentes. Não só desmascara o reaccionarismo como revela a incompetência.
“São opções de cada um, é um problema de liberdade individual, sobre a qual não me pronuncio.” A homossexualidade não é uma opção é uma orientação sexual. Não se escolhe ser homossexual.
“Pronuncio-me, sim, sobre o tentar atribuir o mesmo estatuto àquilo que é uma relação de duas pessoas do mesmo sexo igualmente ao estatuto de pessoas de sexo diferente”.“Admito que esteja a fazer uma discriminação porque é uma situação que não é igual”. A Constituição da República Portuguesa proíbe explicitamente a discriminação com base na orientação sexual desde 2004. A revisão do artigo 13º (Princípio da Igualdade) fez-se com os votos favoráveis do PSD.
“A sociedade está organizada e tem determinado tipo de privilégios, tem determinado tipo de regalias e de medidas fiscais no sentido de promover a família, explicando que essas medidas eram no sentido de que a família tem por objectivo a procriação”. A Lei de Uniões de Facto de 2001 abrange casais de pessoas do mesmo sexo e concede o mesmo estatuto fiscal a uniões de facto e a cônjuges, pelo que as famílias constituídas por casais de pessoas do mesmo sexo já usufruem das referidas medidas fiscais.
“A família tem por objectivo a procriação”. Então os casais heterossexuais inférteis, ou que não querem ter filhos ou que já passaram a idade fértil não podem casar?
Quando tudo fazem para ganhar votos, às vezes baralham-se…
http://www.jornalmudardevida.net/?p=1029
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