segunda-feira, julho 28, 2008

McCann citam D. Sebastião como exemplo histórico da ineficácia portuguesa na localização de desaparecidos

Após arquivamento do processo em que se viram como suspeitos do desaparecimento da filha, Kate e Gerry McCann não vacilam no propósito duplo de a localizar e, simultaneamente, de provar que qualquer culpa que exista não lhes deverá ser atribuída a eles, mas sim a Portugal e a todos os seus habitantes, gente criminosamente estrangeira e morena, incapaz de localizar desaparecidos. Para consubstanciar esta convicção, o porta-voz do casal, Clarence Mitchell, referiu o desaparecimento do rei D. Sebastião em 1578 durante a Batalha de Alcácer-Quibir, sem nunca ter sido encontrado, e anunciou que um grupo de historiadores a soldo dos McCann obteve provas conclusivas de que a investigação ao desaparecimento do jovem monarca foi conduzida por um tal Lopo Mendo do Amaral, antepassado em linha directa de Gonçalo Amaral, ex-inspector da Polícia Judiciária afastado do caso Maddie por cheirar mal dos pés. Para lavar a honra ultrajada pela constituição como arguidos, o mediático casal britânico pretende exigir um pedido de desculpas por escrito a todos os cidadãos portugueses (ou em gravação áudio aos nossos muitos analfabetos) e o pagamento de uma indemnização a todos os que acharam a sua história mal contada, agravando-se a quantia se tiver havido formulação de teorias, dizendo, por exemplo, que os McCann deixaram morrer a criança por negligência grosseira, fazendo desaparecer o cadáver num enojante churrasco canibal com familiares e amigos.
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