Está a ser um tempo horribilis para os funcionários públicos. O governo, como se sabe, tem entre os princípios fundadores das suas políticas, o princípio da convergência. A primeira grande batalha foi a convergência dos indicadores da nossa economia com os dos restantes países da zona euro. Tem sido o sucesso que conhecemos. Outro grande desígnio de convergência tem sido o rendimento disponível das famílias que, como pode ser facilmente comprovado, é claramente convergente com outras realidades europeias. Temos também convergido na lentidão da justiça, nas listas de espera do SNS, nos resultados escolares dos nossos alunos, designadamente nos níveis de abandono, etc. Sintetizando, estamos fartos de convergir.
Bom, em mais um sinal desta política, os funcionários públicos vão ver a sua reforma obedecer a uma ideia de convergência com a situação dos trabalhadores do sector privado, isto é, passarão a trabalhar mais, até aos 65 em vez dos 60 anteriores, portanto a descontar durante mais tempo, mas, para compensar e convergir, também passam a receber menos, cerca de 18%, de acordo com o estudo do Banco de Portugal referido no Público. Porreiro, pá.
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