sexta-feira, julho 25, 2008

Tratado de Lisboa : MAIS UM PREGO NO CAIXÃO

República Checa quer enterrar Tratado de Lisboa, Polónia não quer ser obstáculo

Os presidentes checo Vaclav Klaus e polaco Lech Kaczynski defenderam, esta quinta-feira, as respectivas posições, um ferozmente contra e o outro não querendo ser um obstáculo ao processo europeu, como revelaram depois de um encontro em Praga.
«Considero o Tratado de Lisboa como um erro, uma coisa má para a Europa», declarou Klaus que continua a ser o único chefe de Estado europeu a querer enterrar o texto depois do «não» irlandês.
«Eu confirmei a minha posição de que este Tratado não existe sem a Irlanda, mas que a Polónia não quer ser um obstáculo», disse, por seu lado, Kaczynski, um conservador eurocéptico.
«Não tentámos convencer-nos um ao outro. Temos as nossas opiniões claras que não vamos mudar», acrescentou Klaus que recebeu o seu homólogo polaco no Castelo de Lany onde está em convalescença depois de uma operação à anca.
No que diz respeito à ratificação, penso que nenhum de nós está obrigado a agir agora de forma radical. Na minha opinião, sem uma mudança do resultado irlandês, não vale a pena falar disso», acrescentou o chefe de Estado checo que sempre se manifestou ferozmente eurocéptico.
«Na República Checa todos nós chorámos quando perdemos, nos últimos dois minutos, o nosso jogo contra a Turquia no Campeonato da Europa de Futebol mas ninguém pensou que, duas horas depois, um júri poderia decidir que o jogo não valia e que seria válido um outro resultado. E eu penso que as regras são válidas no futebol mas também nos referendos internacionais», insistiu.
Os poderes constitucionais de Klaus não lhe permitem opor-se ao Tratado caso o Parlamento checo o ratifique mas a sua influência política é poderosa, sobretudo no seio do Partido Cívico Democrático (ODS), em posição de força da coligação de centro-direita.
O Tratado de Lisboa, que reforma o funcionamento das instituições europeias, vai ser apresentado para ratificação no Parlamento checo até ao fim do ano, logo que o Tribunal Constitucional der a sua opinião.
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