terça-feira, agosto 19, 2008

Portugal: Cerca de um casamento sobre dois, acaba em divórcio

«Em 2006 foram decretados quase 24 mil divórcios. Ou seja, em cada 100 casamentos, 48 acabam em separação.»

Eis a expressão da crise da família, mas sobretudo da dureza das condições que enfrentam os jovens casais, iludidos com o «crédito barato», que ficam em dificuldades, cada vez com maior frequência. Com efeito, os novos têm de se sujeitar a condições de precariedade extrema, como os contratos a prazo de seis meses ou menos, ou os falsos «recibos verdes». Com a perda do rendimento por parte de um dos cônjuges começam as dificuldades de pagamento das dívidas contraídas. Uma grande parte do crédito mal parado tem origem em situações deste género.

Estudos estatísticos comprovaram que as dificuldades económicas têm enorme peso na estabilidade dos casais. Ou seja, uma grande maioria dos divórcios tem directa relação com a instabilidade económica do casal. O mesmo se pode dizer em relação à decisão de ter filhos, o que é lógico. Assim, as épocas de maior aperto económico são as de maior descida da natalidade, que se inverte, assim que existam melhoramentos substanciais do nível de vida das pessoas.

O capitalismo não é sustentável; nem em termos de reposição de gerações, nem em estabilidade das famílias, nem como factor de felicidade e realização pessoal.

As pessoas TÊM DE COMEÇAR A PERCEBER QUAL A LIGAÇÃO ENTRE AS SUAS DESGRAÇAS PESSOAIS E O MODO DE ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE E DA PRODUÇÃO.

Só assim poderá nascer uma vontade de mudança!

Manuel Baptista
http://www.luta-social.org/

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