Pedro Jorge é operário electricista. Trabalha na Cerâmica Torreense. No dia 28 de Janeiro deste ano, foi ao programa “Prós e Contras” e atreveu-se a denunciar a empresa onde trabalha, porque há anos que não é aumentado (desde 2004) ganhando um salário ilíquido (sem descontos) de 541,2 euros.
A toda-poderosa empresa moveu-lhe um processo disciplinar e, na sua conclusão (agindo como juiz em causa própria), aplicou ao trabalhador uma suspensão de 12 dias. Até aqui tudo certo – ou seja, tudo conforme a lei do quero, posso e mando.
Só que há mais. O secretário-geral da UGT, em entrevista ao Correio da Manhã, embora criticando a suspensão do trabalhador, considerou que este fez declarações infelizes. E que declarações infelizes foram? Enganou-se no ano desde o qual não é aumentado – disse no programa que era desde 2003, mas depois, ele próprio, corrigiu, dizendo que era desde 2004. E disse que a empresa estava em boa condição financeira, e os patrões dizem que não – é palavra contra palavra, mas Proença acredita na palavra dos empresários, pudera!)
Quer dizer, por uma questão de pormenores – porque a questão de fundo confirmou-se: o trabalhador não é aumentado há anos – o secretário-geral da UGT vem pôr no mesmo saco trabalhador e empresa, e, na prática, coloca-se do lado dos patrões. Porque,
se por um lado crítica a suspensão; por outro acha que o trabalhador prevaricou.
Com defensores destes…
http://www.jornalmudardevida.net/?p=1139
Sem comentários:
Enviar um comentário