quinta-feira, setembro 04, 2008

Como identificar, isolar e combater os adesivos?

A resposta a esta questão terá uma importância estratégica decisiva a partir de amanhã. Eles vão regressar com a força que tiveram antes da Grande Marcha de 8 de Março. Se recuarmos ao dia 9 de Março, percebemos que os adesivos perderam grande parte da sua força e influência nas escolas a partir desse dia. No dia 1 de Setembro, o Decreto Regulamentar 2/2008 e os artigos 34º, 35º e 45º do Decreto-Lei 15/2007 regressam em toda a sua plenitude e com eles os adesivos irão voltar à luz do dia. Sairão da clandestinidade. Muitos adesivos encobertos mostrarão a sua verdadeira face. Desejosos de agradarem ao poder e ansiosos por merecerem deste uma partilha nos despojos, os adesivos escondidos começarão a mostrar a sua face. Usarão vários argumentos:
1. Eu também não concordo com o processo de avaliação de desempenho, mas sou funcionário público e tenho de acatar a lei (argumento do adesivo light e hipócrita).
2. Isto só vai custar ao princípio. Depois de nos habituarmos aos processo e assimilarmos as suas fases e procedimentos, será tão natural como bebermos um copo de água (argumento do adesivo descarado e mentiroso).
3. O processo de avaliação de desempenho vai separar o trio do joio, premiar os que trabalham mais e penalizar os que não querem fazer nada (argumento do adesivo modernaço e boçal).
Quando ouvir este tipo de argumentação, fica a saber que está perante um adesivo. O que fazer para o isolar e combater?
i. Identifique-o. Confronte-o em público com as afirmações por ele/ela proferidas. Não queira confrontá-lo em privado porque, em privado, o processo de identificação e isolamento perde eficácia.
ii. Centre a sua argumentação nas contradições do discurso do adesivo. Dê exemplos. Pergunte-lhe por que razão os países que têm sistemas educativos de maior qualidade não têm um modelo de avaliação de desempenho semelhante.
iii. Utilize a ironia para desmontar a argumentação do adesivo. Coloque o dedo na ferida. Pergunte-lhe se acha bem querer para os outros aquilo a quel ele conseguiu escapar (no caso de ele já ter atingido o 10º escalão). Pergunte-lhe se concorda que a maioria dos jovens professores tenham de se contentar com um vencimento, no final de 45 anos de carreira, de apenas 1400 euros mensais.
Ao longo do dia de hoje e de amanhã, continuarei este exercício de identificação dos argumentos dos adesivos. Dessa forma, será mais fácil isolá-los e combatê-los. Se quiser dar uma ajuda, faça-o na forma de comentário.
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