Quando a injustiça se torna lei, a resistência torna-se um dever! I write the verse and I find the rhyme I listen to the rhythm but the heartbeat`s mine. Por trás de uma grande fortuna está um grande crime-Honoré de Balzac. Este blog é a continuação de www.franciscotrindade.com que foi criado em 11/2000.35000 posts em 10 anos. Contacto: franciscotrindade4@gmail.com ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS
quarta-feira, setembro 03, 2008
Crimes com recurso a violência
Aqueles que no nosso país se auto-intitulam de “jet-set”, são, na maior parte dos casos, bandos de verdadeiros inúteis e parasitas que não servem para nada mesmo depois de prontos. Digo depois de prontos, porque como todos sabemos, aquilo é gente que está constantemente “em obras”, para remodelar o nariz, incrementar as mamas, aumentar a musculatura peitoral, cultivar cabelos, etc, etc, mesmo tendo à vista os exemplos dramáticos das caras do Michael Jackson ou da Manuela Moura Guedes, que são retratos vivos do perigo que correm diariamente nas mesas de operações estéticas...
Esta fauna, vive de festa em festa, habita mais nas revistas “cor de rosa” do que em casa, come de borla, veste emprestado. Em troca, tem que manter o seu público devidamente informado da cor e modelo de roupa interior que usa, que lençóis tem na cama aos Domingos, qual a amplitude sonora e frequência dos orgasmos da, ou do parceiro actual, por comparação (se possível com muitos pormenores) com a, ou o “ex”, combinar com os “paparazzi”, cirurgicamente, quais os lugares em que vai estar, para ser “apanhado inadvertidamente” com alguém e, muitíssimo importante, “ser pela paz no mundo”.
Se o cidadão normal vê esta fauna prescindir de qualquer noção de privacidade, pudor e liberdade pessoal e aparentemente dar-se tão bem na vida com isso, acaba por ficar pronto a aceitar como normal andar com “chips” no carro, ter cartões de identidade onde vem “tudo escarrapachado”, ter os movimentos vigiados por cada vez mais câmaras de vídeo-vigilância, etc, etc, etc, se isso o fizer sentir “mais seguro”.
Aqui é que a porca torce o rabo...
Para o cidadão engolir os remédios da “segurança”, é necessário que comece a sentir que existe uma grande “insegurança”. É exactamente para isso que servem as grandes campanhas, como a que está em curso, para “vender” a grande insegurança e criminalidade violenta. Ainda há pouco, o CDS defendeu que para além dos bancos, tribunais, centros comerciais, etc, as câmaras de vigilância devem estender-se igualmente aos chamados “bairros problemáticos”, esquecendo-se de dizer que a maioria das pessoas que habitam nesses bairros não causam quaisquer problemas e que para rentabilizar o “investimento” nas tais câmaras de vigilância, todos os cidadãos considerados problemáticos, terão que continuar a ser empurrados à força para viver nesses bairros “adequados” à sua condição de suspeitos do costume.
Como já vai sendo tempo neste texto, de eu tecer as minhas costumeiras considerações, diria que:
1. Esta tremenda campanha em toda a comunicação social sobre insegurança, crimes com violência, assaltos e conflitos de toda a ordem, apresentados como uma “onda imparável” e na maior parte dos casos, sem consequências, acaba por atrair toda a sorte de mentecaptos, que sozinhos ou em grupo, querem também ter os seus minutos de fama, cometendo toda a espécie de tropelias mais ou menos graves, algumas, infelizmente, muito graves, ou até, assaltando “com violência”... máquinas de tabaco ou venda de bebidas e chocolates, acabando por multiplicar a contagem dos fenómenos de criminalidade. Será exactamente isto o que se pretende?
2. Vender esta nossa “realidade” criminal como grande insegurança e violência, serve afinal para branquear e calar a verdadeira grande insegurança e violência que são o desemprego, a miséria, a iliteracia e a falta de perspectivas de futuro para tanta gente em Portugal, assim como a esmagadora insegurança e violência que diariamente vivem e sofrem povos como os do Iraque, da Palestina, milhões de africanos e outros verdadeiros mares de vítimas por esse mundo fora.
3. Nenhuma das anteriores considerações significa que eu não concorde estarmos perante um real problema de aumento da delinquência, que as forças policiais e o sistema judicial, mais por falta de meios e coordenação que de efectivos, não conseguem controlar e que é necessário avançar com soluções para esta situação, que não será (seguramente) resolvida, recorrendo apenas à repressão.
http://samuel-cantigueiro.blogspot.com/
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