quarta-feira, setembro 17, 2008

Histórias da nossa terra (2540ª edição)

Mais uma história da nossa democracia, daquelas a que nos vamos acostumando. Esta envolve Manuel Boa de Jesus, o chefe da missão portuguesa aos Jogos Olímpicos de Pequim, e José LEllo, essa personagem proeminente da esfera socialista, e fala de uma auditoria, realizada em 2005 a um evento desportivo que custou mais de 2 milhões de euros e mantida no segredo das gavetas, que detectou infracções para todos os gostos: contabilidades paralelas, acumulação de remunerações por parte de Manuel Boa de Jesus, várias infracções fiscais, a inexistência de contratos com fornecedores, um “descontrolo absoluto” no que toca às receitas e o desvio de centenas de milhares de euros de patrocínios e financiamentos públicos para os cofres da FGP, da qual era vice-presidente.
Não obstante, e apesar de ainda outra habilidade ter sido assumida pelo próprio ao Público – “Rodrigo Silva Gomes deixaria a direcção da FGP, já depois de participar na preparação do Gymnaestrada, “para poder” ganhar o contrato para o marketing e publicidade do evento, através da empresa Interact, de que é sócio maioritário.” – Apesar das denúncias e apesar da investigação desenvolvida pela Polícia Judiciária, o processo foi misteriosamente arquivado. Boa de Jesus nunca foi sancionado, nem teve de repor qualquer verba, continuando a gerir centenas de milhares de euros de subsídios governamentais. Mais. Ainda se orgulha da obra feita e diz que voltaria a fazer tudo outra vez, com a certeza de quem sabe que nunca ninguém é responsabilizado por nada de nada. Terá toda a razão.
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