segunda-feira, setembro 29, 2008

Magalhães, instrumentalização política e materiais didácticos no 1º CEB

1. Na sequência do belíssimo texto da Maria , a colega Maria Antónia interroga-se por que razão há tanto alarido e propaganda em torno do portátil Magalhães. Por que razão, nunca o ME ofereceu materiais didácticos aos pais e às crianças do 1º CEB e só agora o faz com um computador? Que negócios estão a girar em torno do portátil? Que efeitos políticos se querem obter? Por que razão instrumentalizar politicamente as crianças e as escolas por causa de um computador?

2. "Não imagina o quanto apreciei o seu comentário!
Completamente de acordo, em todos os parágrafos.
Por outro lado, julgo não estar errada quando afirmo que, apenas os intervenientes numa determinada profissão é que poderão, sobre ela, se manifestar com alguma sensatez e conhecimento de causa.
Não está errada, no seu julgamento.
Deixo-lhe um pequeno exemplo: lecciono o 1º ciclo, há três dezenas de anos e nunca vi nem nunca ouvi, ao longo destes, tanta publicidade feita a um material didáctico sim, porque o "Magalhães" faz parte desse material

3. Sempre utilizei: blocos lógicos, material cuisenaire, tangram, geoplano, multibásico, ábaco, pedra de lousa, quadro, giz, lápis, caneta, borracha, livros, jogos vários (puzzles, dominós, xadrez, damas), globo, mapas, nos últimos tempos, máquina fotográfica, copiadora, televisão, leitor de Cd música e de vídeos, projector de slides e tantos outros entre eles: computador ligado à internet, scanner...
Que me lembre nunca ninguém fez publicidade a um "rudimentar" blocos lógicos, material cuisenaire, tangram, geoplano, multibásico, ábaco...
Que me lembre, nunca em tempo algum, alguém distribuiu às famílias um simples "Kit" composto por lápis, caneta, borracha, apara lápis, régua... e quantas vezes, ao longo destes trinta anos, era eu que os comprava porque o dinheiro dos subsídios, para os mais carenciados, chegava em Abril...

4. Reconheço que se deve dotar as escolas de "altas" e moderníssimas tecnologias mas, até concluir o contrário, repito que me parece que, mais uma vez, que por trás deste "novo império colonial português do Século XXI"
está um "grupo vasto de mercadores e armadores profissionais, interessados e participantes nas navegações" e receio que se continue a "trocar escravos, por panos e outros artigos".
Maria Antónia
http://www.profblog.org/

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