sábado, setembro 27, 2008

No país dos 500 000 magalhães

Escola Básica pede donativos aos pais
Numa circular, a coordenadora da Escola Básica 1 nº4 de Olhão, pede aos pais e encarregados de educação "donativos em dinheiro, que ficará ao critério de cada um, ou então géneros". Papel higiénico, detergentes, panos, esfregões, vassouras, esfregonas, baldes, sacos de lixo, clips, agrafos, pioneses e tonner de impressora fazem parte da longa lista entregue, que nem esquece o pedido de ajuda para pagar "a conta do telefone".

"É uma vergonha, quando sabem que a maioria dos pais é gente pobre", queixa-se a mãe de uma das alunas. Maria da Luz denuncia o "grave abandono do estabelecimento de ensino, da responsabilidade da Câmara de Olhão, que se limita a enviar 300 euros, de três em três meses, quantia que não permite o normal funcionamento".

A escola não tem refeitório, o que obriga os alunos a terem de ir comer, acompanhados por uma auxiliar, à escola secundária, situada a 500 metros. "Os miúdos são obrigados a atravessar a perigosa Estrada Nacional 125 e, quando chove, porque a edilidade recusa um autocarro, ficam sem comer, ou apanham uma molha", diz Maria da Luz, que se queixa ainda "do tecto danificado, que leva a que chova nas salas de aula".

Os pais vão reunir e, se nada for feito, "fecharemos a escola a cadeado", garante Maria da Luz.

Francisco Leal, presidente da Câmara Municipal de Olhão, mostrou estranheza por estas queixas.

"A Junta de Freguesia tem a responsabilidade de apetrechar as escolas básicas e ninguém me falou em falta de material ou de um autocarro", garante o autarca, que lembra os seis milhões de euros que a autarquia tem disponíveis para o apetrechamento das escolas. "Realizámos, recentemente, um forte investimento na escola do Largo da Feira e a EB 1 nº4 vai ter um refeitório e uma sala de apoio, já adjudicados", garante. A utilização do refeitório e de uma sala de apoio alugada são "uma situação provisória".

in CM

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