Há três dias tínhamos sabido que o Governo promoveu uma alteração legislativa com vista a beneficiar os alunos “bem” de uma dúzia de escolas em Portugal, como o St. Julian, o Frank Carlucci American International School of Lisbon ou o Colégio Planalto, que previa novas tabelas de equivalência para os currículos do International Baccalaureate (IB Diploma), ingleses e norte-americanos, ministrados nessas escolas, com efeitos retroactivos até 2005/2006. Apesar da alteração legislativa não ter sido publicada em Diário da República e, como tal, não ter entrado em vigor, o ME emitiu certificados de equivalência ao 12.º ano realizando os cálculos das classificações das equivalências das habilitações obtidas pelos alunos baseando-se na nova tabela, ilegais, portanto. Foi desta forma que cerca de duzentos alunos viram as suas notas inflacionadas em 1, 2 e até mais valores, e foi também assim que alunos que concluíram o 12º nos dois últimos anos solicitaram novos certificados para aproveitarem a generosidade da oferta do Governo.
Hoje ficamos a saber que quer a DGIDC, responsável pela emissão de certificados de equivalência ao 12.º a alunos que concluíram currículos estrangeiros, quer a Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES) sabiam que estavam a ser dadas notas ao abrigo de uma eventual alteração legislativa, mais favorável para os alunos, que ainda não tinha acontecido.
Mas quem são, afinal, estes alunos que o Governo quis (ou quer) beneficiar? A propina anual no St. Julian School chega aos 17.790 euros anuais (ou 5.930 euros trimestrais), no Frank Carlucci American International School of Lisbon
aos 15.688 euros anuais (ou 3.922 euros trimestrais) e no site do Colégio Planalto não consegui encontrar o preçário, mas os dois primeiros são bastante representativos das dificuldades que os pais destes alunos enfrentam para dar aos seus filhos um ensino de qualidade. É, por isso, natural que o Governo queira recompensar tanto esforço e sacrifício.
http://opaisdoburro.blogspot.com/
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