terça-feira, novembro 11, 2008

100 Mil Terroristas Preguiçosos???

Ai Ai a ditadura da maioria absoluta
100 mil terroristas preguiçosos que querem intimidar e fazer chantagem.
É assim que esta ministra trata os seus professores perante todos os portugueses quando estes manifestam que não concordam com as suas políticas.Que patrão teria esta reacção quando quase todos os seus funcionários chamam a atenção para os problemas.Nem que a fábrica não produza, o sistema experimental de avaliação, por muito mau que seja, é para ir para a frente!A senhora ficou contagiada com o mal deste governo. Obsessivo compulsivo por atingir uns "determinados" números estatísticos,
esquecendo-se de outros números e não se preocupando com a forma, com as pessoas nem com a qualidade dos resultados. Apenas essa visão diminuta e fechada de uma certa realidade que lhes interessa.
Ora isto serve para ir ao telejornal apresentar estatísticas à sociedade em geral, que na sua maioria nunca percebe bem do que tratam os números,a não ser quando lhes diz respeito,ficando a minoria com conhecimento de causa sempre em desvantagem,
deixando uns comentadores na TV e nos jornais tal e qual como uma maioria desinformada:
com uma "impressão duvidosa".
Todos falam do inglês e das outras disciplinas no básico e ninguém diz que os professores que lá andam estão a recibos verdes numa situação vergonhosamente precária.Só que isto não muda o país!!! Assim a crise agrava-se enquanto alguns enchem os bolsos.A maior prova de que estes políticos não têm competência está na forma como governam, clonada com a de qualquer dono de fábrica com a 4ª classe.Prometem maravilhas, criticam o chefe anterior, depois dizem que foram enganados que o "barco está em perigo, que anda uma tempestade lá fora e eles não sabiam".(A isto não chamam eles instrumentalização)Passam a atacar os funcionários como se a culpa fosse deles pelo "barco estar desgovernado" e PIMBA, corta-se nos aumentos, mete-se medo e estica-se o horário de trabalho.(Para reformas estruturais não têm competênciaTudo o que corre mal é culpa da conjuntura externa mas um professor deve prever o sucesso dos seus alunosassim como os índices de abandono escolar como se não existisse essa conjuntura que lhe é externa.
Primeiro dizem que é preciso dar autonomia às escolas e aos professores. Logo depreende-se que os professores e as escolas não tinham autonomia.Então como se pode culpa-los? É claro que há bons e maus professores como há bons e maus deputados (sem avaliação e sem quotas) e bons e maus gestores nomeados directamente por serem lá do partido.A diferença é que os professores QUEREM ser avaliados mas de uma forma JUSTA e os seus direitos profissionais,que deveriam ser os de qualquer trabalhador honesto,não se comparam com as regalias lá dos "tachos" de alguns senhoresque alternam entre um duvidoso e dispendioso serviço público com altos cargos e interesses em empresas privadasEste sistema visa apenas distorcer estatísticas e poupar uns tostões como se os professores auferissem salários milionários como os "boys" da política, repare-se nas injustiças disparatadas como colegas a avaliar colegas sem competências na disciplina que vão avaliar ,professores de Educação Musical por exemplo a avaliar colegas de Educação Física, (Bem podiam fazer umas rifas que pelo menos não fomentavam nem o medo nem o mau ambiente)Aos maus professores basta passar toda a gente e serem uns "porreiros pá" com os alunos. Não vão ter problemas e arriscam-se a ser excelentes.Mas a maior prova para mim é esta questão.Senhora ministra em que é que este processo de avaliação vai melhorar a escola e o sistema educativo?Noutros países já existe avaliação como cá também existia ao contrário do que dizem.Essa avaliação não visa PUNIR nem cortar na progressão de carreira (intimidando assim os funcionário como se estes fossem trabalhar melhor nessas condições). Essa avaliação visa MELHORAR O SISTEMA detectando falhas e apontando caminhos de melhoria.Esta avaliação proposta não tem esse princípio construtivo e positivo: O de cooperar com os recursos humanos,escuta-los, ajuda-los a melhorar as falhas detectadas.
Esta política visa cortar nos salários e nas progressões inventando um método injusto, subjectivo, nada isento, e no finalnão faz nada pela escola. Em última análise manda para a rua um professor que,por este método,
depois de avaliado por um colega de outra disciplina e que não o "grama",
é qualificado com um Insuficiente e pode muito bem ser um Excelente professor
com ética profissional, exigência e sem jeito para burocracia.E o que faz a seguir o sistema? Prossegue a sua paranóia, desconfia de um curso universitário para formar docentes, (o sistema é "manhoso" e não fiscaliza as universidades,deixa andar lá os estudantes a disfarçar os números do desemprego )e no final obriga-os a fazer umas provas específicas que tudo decidem numas horas com notas mínimas e exclusivas de 14.Provas específicas da sua disciplina para depois um colega de uma qualquer disciplina os avaliar.Kafka iria adorar este enredo cheio de "portas" virtuais por onde o funcionário tenta passar para simplesmente trabalhar.Em vez de cooperação encontra o medo da acusação de culpado pelo sistema e vive com medo do PROCESSO.Este sistema é capaz de conseguir aquilo a que se propôs mas não o que anuncia na embalagem.Vai poupar uns trocos mas só vai piorar o sistema de ensino em Portugal.E isso vai sair mais caro.Mas estes governantes só são avaliados de 4 em 4 anos...
Pedro QuintasProfessor em Braga

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