Primeiro-ministro expressa apoio a Lurdes Rodrigues. Sindicatos pressionados a apresentar alternativas
ALEXANDRA INÁCIO, ALEXANDRA MARQUES
O Ministério da Educação está disponível para começar a negociar um novo modelo de avaliação. Assim que os sindicatos o requeiram, mas sem pré-condições, frisou, ontem, o secretário de Estado adjunto, Jorge Pedreira.
"A nossa esperança é que os sindicatos se sentem à mesa e negoceiem", afirmou Jorge Pedreira, ontem, à saída de uma reunião na sede do PS, em Lisboa. O primeiro-ministro, a ministra da Educação e o secretário de Estado, Valter Lemos, também estiveram presentes no encontro com cerca de cem professores militantes socialistas. De manhã, na reunião da Comissão Política do partido, José Sócrates defendeu que a avaliação docente vai prosseguir porque já extravasou o âmbito exclusivo da Educação, sendo agora uma causa do partido, do Governo e dele próprio.
A reunião aconteceu quatro dias antes da greve nacional de professores, convocada para quarta-feira. Jorge Pedreira recusou qualquer coincidência no calendário e sublinhou que reuniões idênticas serão feitas em todos os distritos. Certo é que a reunião poderá ter feito uma brecha na até agora união dos sindicatos.
O dirigente da Pró-Ordem, Filipe do Paulo, também militante do PS, admitiu, à saída do Largo do Rato que poderá não fazer greve e pedir negociações suplementares no âmbito da regulamentação da simplificação. A mudança deve-se à "grande abertura ao diálogo" que o dirigente sindical "viu" ontem em José Sócrates.
Jorge Pedreira garantiu que a disponibilidade imediata do Governo para negociar um novo modelo terá sido transmitida aos sindicatos anteontem, na ronda negocial sobre a simplificação do modelo. Os líderes da Fenprof e FNE negam que essa hipótese tenha sido colocada em cima da mesa e ambos afirmam que a ministra só terá expresso disponibilidade para negociar o novo modelo a partir de Junho, conforme previsto no Memorando de Entendimento.
"O Governo deu todos os passos possíveis" para a resolução do impasse, afirmou Pedreira, acusando os sindicatos de não terem apresentado nenhum modelo de avaliação. Os dirigentes sindicais recordam que tanto as Federações como a Plataforma entregaram propostas alternativas aquando da regulamentação do diploma.
De manhã, aos dirigentes do PS, José Sócrates terá defendido, de acordo com um dos presentes ao JN, que os sindicatos se opõem à avaliação como antes contestaram as aulas de substituição.
Um outro dirigente também presente no encontro confirmou, por sua vez, ao JN, que Sócrates assegurou que não está disposto a fazer qualquer recuo na matéria que é um princípio estrutural. Outra fonte assegurou, ao JN, que José Sócrates frisou que a equipa ministerial identificou os pontos que estavam a dificultar a aplicação do modelo e aceitou deixá-los cair, pelo que a bola está agora do lado dos professores.
No final da reunião, o porta-voz do PS, Vitalino Canas, referiu que "a ministra não está isolada dentro do Governo. É apenas o rosto de uma reforma que é de todo o Governo".
JORNAL DE NOTÍCIAS, 30 DE NOVEMBRO DE 2008
Comentário: Há "queridos" colegas que querem vender os professores com o intuito de tirar dividendos...
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