sábado, novembro 01, 2008

MÁRIO MACHAQUEIRO: UM ESCLARECIMENTO

Nesta última sexta-feira (dia 31) e no Sábado (dia 1), foram publicadas nalguns jornais declarações minhas segundo as quais os movimentos de professores presentes na reunião com a FENPROF, e a APEDE em particular, tinham decidido apoiar a manifestação do dia 8 de Novembro como única manifestação nacional. Quando fiz essas declarações – as quais, de resto, saíram truncadas como já vem sendo hábito –, tinha uma percepção incompleta do sentimento geral dos membros da APEDE e dos outros movimentos, e baseei-me apenas em sinais esparsos que me iam chegando de alguns lados. Foi um erro e uma precipitação dos quais sou o único e exclusivo responsável. Quando, na noite de sexta-feira, me reuni com a Direcção da APEDE e com uma parte da comissão organizadora da manifestação do 15 de Novembro, constatei que o apoio a uma única manifestação nacional a realizar no dia 8 não correspondia, de todo, às posições efectivas dos membros do nosso movimento. A análise do momento actual da resistência e do combate dos professores nas escolas, que efectuámos em conjunto, levou-me a concordar que não tem qualquer sentido estratégico abandonar os professores que continuam dispostos a manifestar-se a 15 de Novembro. A unidade com as organizações sindicais, encontrada em torno de uma base mínima de entendimento que nos permite apoiar a manifestação de 8 de Novembro, não significa que tenhamos de renunciar ao contributo que possamos dar para que a manifestação do dia 15 represente um momento de afirmação autónoma dos professores, em consonância com as formas de resistência que eles estão a desenvolver nas escolas. Não tenhamos dúvidas: os professores vão continuar a resistir, com ou sem sindicatos, com ou sem movimentos. Cabe, pois, aos movimentos fornecer um sinal organizativo para que os professores não se sintam sozinhos nas escolas. E se os sindicatos estiverem dispostos a engrossar esta tendência, nomeadamente através da ruptura com o memorando de entendimento, serão naturalmente bem-vindos.

Sem comentários: