Já conhecíamos o anarco-capitalismo de Nozick, o anarco-terrorismo do «quero, posso e mando» dos poderosos deste mundo, a «anarquia» dos paraísos fiscais, dos recibos verdes, do trabalho infantil, das empresas com salários em atraso, e dos despedimentos selvagens.
Do que desconhecíamos, de todo, era realmente a nova corrente do pensamento político e educacional protagonizada pela actual ministra da educação : o anarco-cretinismo. Trata-se, sem dúvida, de uma novidade no léxico político a juntar a tantas outras como o nacional-socialismo de Hitler, o socialismo liberal de Blair, Sócrates & Cia, o comunismo de mercado chinês, o capitalismo popular das privatizações, etc, etc
O anarco-cretinismo da MLR nada tem a ver, pois, com o Anarquismo fundado por Proudhon, que inspirou Antero de Quental, Aquilino Ribeiro e António Sérgio, e tantos outros nomes da história da Humanidade, como Tolstoi, Emma Goldman, o músico John Cage, o fotógrafo Cartier-Bresson, etc.
Trata-se, no fundo, segundo o que acabamos de apurar, de uma corrente política emergente de que são protagonistas alguns estadistas que, na base do caldo cultural pós-modernista do «everything goes» são capazes de adorar o deus ( o Estado) e o diabo ( a anarquia), a «bu(r)rocracia» mas também – vejam lá ! - a liberdade !!!
Na entrevista concedida hoje ao jornal Público, Maria Lurdes Rodrigues confessa-se "Ainda me sinto anarquista", para acrescentar logo, de seguida, que o anarquismo… "é ter um quadro de valores, de pensamento que orientam a nossa acção." Não obstante, a mesmíssima ministra «anarquista» confessa noutra parte da entrevista que, até à data, não se filiou no PS porque "não aconteceu" (sic) e que ficou profundamente tocada quando recebeu uma carta “de um menino que recebeu um computador para ter em casa” e lhe escreveu a dizer: 'Quando for grande, vou inscrever-me no PS.’
Lemos, voltamos a ler, e ficámos completamente esclarecidos (ou, se se quiserem, estarrecidos) sobre o anarco-cretinismo, essa novel doutrina política que vai fazendo o seu caminho de Santiago entre os corredores da 5 de Outubro.
Desconfiávamos já que de Sociologia havia ali pouca coisa. Do estudo e análise dos meandros das Organizações e dos Currículos, reinava a mais completa confusão. Da educação e das escolas relevava apenas um conhecimento empírico ressabiado. Do que não imaginávamos era da douta ignorância da Ministra sobre o anarquismo, esse tal «quadro de valores e pensamento que orienta a nossa acção» (sic)!!!
Pois outra coisa não se pode concluir quando vemos a mesma pessoa a assumir-se do quadro de valores do anarquismo e, simultaneamente, logo na linha seguinte, a regozijar-se pela manipulação propagandística sobre o indefeso menino que se vende facilmente por um miserável Magalhães de preço barato.
A leviandade, a raiar a ininputabilidade, demonstrada revelam à saciedade de que é feito o anarco-cretinismo protagonizado pela actual responsável da Educação do governo de Sócrates, e que teima em instilar e difundir o seu «quadro de valores orientador da acção» por todas as escolas portuguesas por via das suas discutidíssimas e «subversivas» medidas governamentais…
É no que dá uma ministra «anarco-cretina»…
Por viriato IN “SINISTRA-MINISTRA”
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