Luís Amado diz que Portugal está disponível para acolher presos de Guantánamo no âmbito de uma iniciativa da União Europeia para apoiar a nova Administração americana a encerrar aquele presídio militar. Uma iniciativa que, segundo o nosso bondoso ministro dos Negócios Estrangeiros, “poderia ajudar a resolver uma questão que tem perturbado as relações transatlânticas”. Transatlânticas? Que me lembre, quem se perturbou foram os governos que, como o português, esquecendo-se que o seu poder emana do voto e não dos deuses, compactuaram em segredo com a Administração Bush e permitiram a passagem de prisioneiros para Guantanamo pelo espaço aéreo e por aeroportos dos seus países. Para os seus povos, o 60ª aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos poderá servir para avivar nas memórias de todos que alguns dos seus governantes compactuaram com a sua violação. Mas, para estes, está visto que esta é uma data que serve na perfeição para baralhar os espíritos mais desatentos e prestarem provas do seu humanismo oferecendo uma visita mais de perto àqueles que viram os seus países apenas da janelinha de um avião. Concordemos. Vvisto assim, sem ter como destino a tortura, os passageiros secretos vão achar Portugal muito mais bonito.
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