A técnica é velha mas comprovadamente eficaz: atiça-se o ódio da população contra um certo grupo, que passa a ser culpado, em lugar dos poderosos, dos males que afligem a sociedade, e promete-se ao povo que, uma vez eliminado ou «posto na ordem» este grupo, o futuro pode enfim começar.Nem Adolf Hitler foi o primeiro político a ganhar eleições por este processo, nem José Sócrates será, se as vencer, o último.Para atiçar este ódio não é preciso oferecer argumentos racionais. Os judeus podem ser apresentados como sub-humanos degenerados e ao mesmo tempo como intelectuais elitistas: presos por ter cão e presos por não ter, são igualmente dignos do opróbio público.Os professores podem ser apresentados como selvagens que fazem greves e manifestações, e ao mesmo tempo como preguiçosos que gastam o tempo pago pelos contribuintes a ler livros e a fazer outras coisas inúteis, como estudar e ensinar.Mas o grande crime, o crime imperdoável dos judeus e dos professores, é a resistência à mudança. Ousam, os miseráveis, atravessar-se no caminho dos heróis portadores do futuro, chamem-se eles Adolf Hitler ou José Sócrates.Para as câmaras de gás com eles, já!
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