Quem está fora das escolas pergunta por que razão é tão difícil a Plataforma Sindical chegar a acordo com a ministra sobre um novo modelo de avaliação de desempenho. Toda a gente - menos o trio ministerial, José Sócrates e os PCEs que votaram contra a suspensão na reunião do CE de 19/11/08 - concorda que o modelo burocrático não serve nem os professores nem os alunos. Eis algumas razões que explicam o desentendimento:
1. A ministra privilegia as funções não lectivas dos professores, ou seja, os conteúdos funcionais que se exercem fora da sala de aula e que se expressam por actos de natureza administrativa e burocrática.
2. A ministra desvaloriza a componente científica e pedagógica, a qual se expressa pelas tarefas de preparação das aulas, realização do ensino e avaliação dos alunos. A prova dessa desvalorização é que, na versão simplex nº 2, a avaliação no domínio científico e pedagógica é optativa.
3.A ministra encara a avaliação do desempenho como um instrumento para estrangular a carreira de dois terços dos professores e, por essa via, embaratecer a mão-de-obra docente.
Apesar disso, sou dos que pensam que vale a pena a Plataforma Sindical apresentar uma proposta alternativa que a opinião pública entenda. Essa proposta deve recentrar a avaliação de desempenho apenas nas funções que são comuns a todos os professores: os conteúdos funcionais a desenvolver na sala de aula. Só assim há justificação para lutar contra a divisão da carreira em duas categorias. Essa divisão é a causa de todos os males e assenta no pressuposto de que há diferenciação de conteúdos funcionais nos professores. A verdade é que não há. No resto da Europa, não há. Que eu saiba, só no Chile é que há. E é por isso que os professores chilenos estão em greve por tempo indeterminado.
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