Há motivos para a indignação e até revolta! Afinal, o dinheiro dos contribuintes está a ser usado para salvar as grandes fortunas dos muito ricos. O que o governo de Sócrates está a fazer com o Banco Privado Português (BPP), é um enorme escândalo. Este banco, especialista em aplicações financeiras de alto risco, representa apenas 0,2% do mercado e gere as grandes fortunas de clientes que aplicam milhões, esperando uma multiplicação inexistente na banca normal. Estes detentores de enormes fortunas sabiam dos perigos. Criaram um banco para isso mesmo. Arriscaram e petiscaram. Os accionistas receberam 30 milhões em dividendos nos últimos três anos e, no ano passado, o BPP aumentou a remuneração dos administradores em 25%. Não deviam agora arcar também com os prejuízos? Parece que não… Prepara-se uma nacionalização mascarada, já que 6 outros bancos, os mesmos que pediram avais ao estado, vão entrar com 600 milhões de euros para salvar o BPP. Ou seja, é um resgate com dinheiro público. Se a coisa correr mal, seremos todos nós a pagar as perdas de altos investidores.
O Banco de Portugal afirma que os activos do BPP valem 672 milhões de euros. Então porque é que é necessário o estado? Porque é que o BPP não vende esses activos para obter o financiamento necessário? E será aceitável que o estado avance com uma garantia para salvar um banco no qual os próprios accionistas não apostam? Relativamente à banca, Sócrates passa a mensagem que, faça chuva ou faça sol, existirá dinheiro público. Já relativamente às empresas, que fecham em catadupa, lançando ao desemprego milhares de pessoas, o governo pouco faz.
O BPP não representa risco sistémico e não é significativo na nossa economia. Não existe interesse público nessa instituição financeira. Então qual o porquê dessa decisão? Será porque o BPP tem um punhado de clientes muito poderoso e muito influente a quem Sócrates faz tudo para agradar?
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