O Dr. Almeida Santos, advogado de sucesso na ditadura, político de sucesso na democracia e reformado activo do Partido chuchalista, veio dizer à TSF umas baboseiras que, não fizessem escola junto de muitos políticos do regime, dariam uma barrigada de riso.As suas tristes palavras são o espelho do Estado de "Direito Democrático" que ele próprio - ilustre e rico advogado no tempo da outra senhora, ajudou a fundar. Estado moldado pelas suas mãos, à sua imagem e à imagem daquilo que defende.
Diz o insígne ex-jurista, ex-político e reformado no activo:
«Os deputados têm a sua vida profissional, não se paga aos deputados o suficiente para eles serem todos apenas deputados, sobretudo quando são profissionais do Direito ou fora do Direito. Um advogado que tem um julgamento, não pode não pode estar na Assembleia e no julgamento ao mesmo tempo. Há justificações para as faltas».
Para aqueles que não alcançam o fundo pensamento do Dr. Santos, o que o ex-presidente da Assembleia da República defende é que os deputados deveriam ganhar mais, faltar quando quisessem e, ainda por cima, justificar essas faltas, trabalhar menos, acumular as funções públicas de deputado com as funções privadas de advogado, enfim, advogar enquanto representam o Povo e representar o Povo enquanto advogam.
Foi este o regime político amassado pelo Dr. Almeida Santos: um regime em que teriam lugar, apenas, os eleitos do costume. A casta.
Mas, o ilustre socialista rico disse mais:
«Talvez esteja errado é que as votações sejam à sexta-feira, é preciso arranjar horas para a votação que não sejam as horas em que, normalmente, é mais difícil e mais penoso estar na Assembleia da República».
À sexta-feira é muito difícil e penoso trabalhar. E, como os deputados "são humanos, não são máquinas" à sexta-feira nunca havia votações para que os deputados, extenuados, pudessem faltar ao trabalho, antecipando em um dia o fim-de-semana. Inteligente este dr.
Porque o trabalho político era intenso, até acontecia de os deputados chegarem ao Parlamento na 2ª feira ao final da tardinha e regressarem aos seus círculos à quinta-feira uma vez que à 6ª feira não se trabalhava por antecipação do fim-de-semana.
À terça descansavam até ao meio-dia por causa do desconforto da longa viagem e, após um reconfortante banho e uma energética almoçarada, deslocavam-se ao Parlamento para representarem o Povo. Após uma ou duas horas de conversa com outros deputados, lá se sentavam nos cadeirões do hemiciclo. Quando acordavam da sesta participavam activamente nas votações.
À quarta-feira sim. O trabalho era intenso. Trabalhava-se de manhã e à tarde, excepto se houvesse necessidade de realizar trabalho político.
Por isso, Almeida Santos defende que, para além do fim dos plenários à sexta-feira, deveria haver
"ainda um aumento de salário para os deputados para melhorar a imagem dos mesmos e credibilizar a classe política portuguesa".
Se houvesse vergonha e respeito pelo POVO...
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