Portugal é um país doente, temo mesmo que gravemente enfermo. Tem um governo e uma equipa no ministério da Educação que sofre de uma moléstia perturbadora: a obsessão com aquilo que se designa por opinião pública. Parece ser esse é o seu único modo de vida.
Tenho ideia que estas pessoas que desgovernam o sistema escolar já nem conseguem articular um conjunto de ideias que não tenha um único fim: manipular a tal de opinião pública e salvar a pele, custe o que custar.
Já foram tantos os aparentes recuos no que ao modelo de avaliação do desempenho dos professores diz respeito, que chega a ser penoso ouvir estes ditos responsáveis. Já protelam a dita redução (falar de simplificação é um eufemismo) do modelo para lá dos seus mandatos e acenam com a exponencial abertura de vagas de professor titular. Contradizem-se amiúde e todos os que estiveram bem atentos a este processo sentem-se envergonhados com governantes deste baixo calibre.
Estas pessoas não perceberam o essencial: os numerosos professores que se preocuparam, desde cedo, em desconstruir este desastroso conjunto de políticas sabiam, como se vê, que tinham a razão do seu lado e que mais tarde (como está a acontecer) ou mais cedo (como deveria ter acontecido) os seus argumentos prevaleceriam.
E também conhecem bem o país em que vivem e sabiam o desprezo e a pouca importância que os portugueses nutrem pela escola pública. Estão habituados a lutar contra esse fatalismo e não era agora que iam desistir. Também por isso, nos numerosos momentos onde a tal de opinião pública sentencia e não discute (nem procura conhecer), os professores aconselham-se sabiamente: está na hora de escolher a música e de seleccionar as leituras: e amanhã é um novo dia.
http://correntes.blogs.sapo.pt/178479.html
Sem comentários:
Enviar um comentário