domingo, janeiro 04, 2009

Aliciar os directores e humilhar os professores que leccionam

1. O decreto regulamentar 1-B/2009 , que fixa o suplemento remuneratório e os prémios de desempenho dos directores, subdirectores, adjuntos e directores dos CFAEs, constitui uma forma de aliciamento e mais uma humilhação para os professores que leccionam.
2. Um director de uma escola/agrupamento com mais de 1200 alunos e um director de um CFAE passam a ter direito a um suplemento remuneratório de 750 euros mensais. O subdirector e o adjunto, um pouco menos. Se a escola tiver de 801 a 1200 alunos, o suplemento é de 650 euros. Até 800 alunos, é de 600 euros. No primeiro caso, o suplemento equivale a quase dois salários mínimos e aproxima-se do vencimento líquido de um professor contratado. 
3. O suplemento remuneratório do presidente do conselho directivo do Instituto Superior Técnico (com cerca de 10 mil alunos, mil funcionários e com um orçamento anual superior a 50 escolas secundárias juntas) é de cerca de 450 euros mensais. O mesmo para os presidentes dos conselhos directivos da Faculdade de Ciências de Lisboa ou da Faculdade de Engenharia do Porto.
4. A que se deve esta súbita generosidade do ME? O que visa ela? O aliciamento dos directores e a humilhação dos professores que leccionam. Qualquer professor que lecciona sente que é um insulto ver um director de um CFAE, que não lecciona e que não tem praticamente que gerir nem fazer nada, ganhar um suplemento remuneratório mensal de 750 euros. É um insulto e uma vergonha nacional. Não consigo entender como é que o PR promulgou uma coisa destas. Este é mais um exemplo do país modernaço e injusto que o PS está a criar: os que produzem são ofendidos, humilhados e apoucados. Os comissários políticos e os controladores são enaltecidos e premiados com elevados vencimentos e prémios.
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