Centenas de professores manifestaram-se esta segunda-feira em Braga, Viseu e na Guarda contra a avaliação e o Estatuto da Carreira do Docente, no mesmo dia em que os sindicatos do sector convocaram mais uma greve nacional.
De acordo com a agência Lusa, em Braga, algumas centenas de professores concentraram-se junto ao Governo Civil, exigindo a suspensão do actual modelo de avaliação e protestando contra «o clima de intimidação e ameaça instaurado pelo Ministério da Educação».
Um grupo de professores da Plataforma Sindical do sector foi recebido por um representante do Governo Civil, a quem entregou um Caderno Reivindicativo.
No local, vários dirigentes sindicais, entre as quais Júlia Vale, do Sindicato dos Professores do Norte, pediram «uma revisão do Estatuto que elimine a divisão da carreira em categorias, que estabeleça um modelo de avaliação pedagogicamente construído e garanta a abolição das quotas».
300 professores protestam em Viseu
Em Viseu, cerca de 300 professores assinalaram o dia de greve de hoje com uma manifestação, num distrito onde metade das escolas básicas, de 2º e 3º ciclo e secundárias estiveram encerradas, segundo fonte sindical.
Os professores concentraram-se no Rossio e, aproveitando uma pausa da chuva, deslocaram-se ao Governo Civil para entregar um abaixo-assinado onde é exigida a revogação do actual Estatuto de Carreira Docente.
Nas mãos levavam faixas com inscrições que traduzem as suas reivindicações: «Categoria há só uma - professor e mais nenhuma», «Avaliação: Suspensão, já» e «Aposentação - Muito antes do caixão».
Em frente do Governo Civil, Francisco Almeida, representante do Sindicato dos Professores da Região Centro em Viseu, anunciou que a adesão à greve de hoje «é superior à de Dezembro».
Cordão humano na Guarda
Na Guarda, cerca de duas centenas de professores de escolas da região participaram hoje num «cordão humano» para apelar à «suspensão da avaliação» porque «não serve para a paz nas escolas».
Apesar das condições climatéricas adversas, os manifestantes percorreram a pé o trajecto entre a central de camionagem e o centro da cidade, terminando com uma concentração em frente do Governo Civil da Guarda.
Durante o percurso exigiram cartazes e gritaram palavras de ordem como «a luta continua, ministra para a rua», «com a educação não se brinca, suspendam esta avaliação».
Segundo a sindicalista Sofia Monteiro, coordenadora distrital do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC), pelos dados recolhidos, a adesão à greve a nível distrital «está acima dos 95 por cento».
Açores e Madeira
Duas escolas na Região Autónoma da Madeira estiveram sem actividades escolares porque os professores fizeram greve, em solidariedade com os colegas do continente, disse à agência Lusa um responsável da secretaria regional da Educação.
De acordo com os dados avançados pelo director regional da Administração Educativa, Jorge Morgado, os dois estabelecimentos afectados são o da Seara Velha, em Câmara de Lobos, e uma no Seixal (norte da ilha da Madeira).
Os sindicatos representativos dos professores na Madeira não aderiram oficialmente à greve, mas deram liberdade de escolha aos seus associados para mostrarem solidariedade com a luta dos docentes, tendo os avisos de pré-adesão emitidos abrangido a região.
Nos Açores, fonte do Sindicato dos Professores da Região disse à agência Lusa não ter conhecimento, até ao início da tarde, do encerramento de estabelecimentos de ensino na ilha de São Miguel por causa da greve.
«Decorre neste momento um processo de negociação sobre a revisão do Estatuto da Carreira Docente», lembrou Armando Dutra, o presidente do sindicato, acrescentando que, no entanto, os docentes no arquipélago que tenham optado por aderir à greve estavam cobertos pelo pré-aviso nacional.
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