Passear depois do Natal é muito engraçado. Há muitas coisas novas. Está tudo com roupa nova. Belos casacos. Cachecóis. Pacheminas, os mais finos.
Um relógio novo também se topa a léguas. É quando há um pulso permanentemente em riste ou quando alguém arregaça a manga como se tivesse urticária.
Já cuecas e meias não são tão evidentes, embora se reconheça uma pessoa que está que nem uma luva na sua roupa interior. O sorriso é mais rasgado e o andar mais seguro.
Mas nem sempre é fácil descobrir todas estas novidades. Há pessoas que reprimem os presentes numa primeira fase.
Se perguntarmos ao cavalheiro que aparece com um elegante sobretudo de caxemira – pelo qual muitos homens dariam a virgindade da filha – se o agasalho foi presente de Natal, dirá prontamente que não. Ou era do avô ou estava para limpar há muito tempo. Presente de Natal é que não foi, mesmo que ainda tenha os bolsos cosidos.
O Natal é assim mesmo. Muda as pessoas por fora, mas não muda por dentro. E ainda bem. As pessoas sem tiques não têm piada.
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