Embaixador disse estar «surpreso» e indignado com a aprovação de uma moção na Assembleia Municipal da capital
O embaixador de Israel em Portugal, Ehud Gol, manifestou esta quarta-feira à Assembleia Municipal de Lisboa a sua «indignação», «surpresa» e «espanto» pela aprovação de uma moção de geminação da capital portuguesa com a cidade de Gaza, noticia a Lusa.
Iniciada campanha para geminação entre Lisboa e Gaza
«Foi com surpresa e espanto que tomámos conhecimento do conteúdo da moção aprovada terça-feira por certos partidos que compõem a Assembleia Municipal de Lisboa visando a geminação da cidade de Lisboa com a cidade de Gaza», lê-se numa missiva endereçada à Assembleia Municipal de Lisboa e a que a agência Lusa teve acesso.
«Esta surpresa nasce do facto de nunca, durante vários anos, enquanto os milhares de cidadãos israelitas eram martirizados por rockets lançados de Gaza, ter havido por parte desta Assembleia semelhante iniciativa», afirma o diplomata.
Apesar de «compreender o que a presente situação humanitária em Gaza suscita», Ehud Gol expressa a sua «indignação», sublinhando ser «difícil não especular acerca da sinceridade dos verdadeiros motivos que levaram a esta iniciativa».
A Assembleia Municipal de Lisboa debateu terça-feira uma moção do Bloco de Esquerda para um acordo de geminação entre a capital portuguesa e Gaza, que acabou por ser aprovada com a abstenção do PSD, PS e CDS-PP e com os votos favoráveis do BE, PCP e PEV.
Foram aprovadas outras duas moções sobre o conflito na Faixa de Gaza, uma do PS e outra do PCP, mas apenas a do BE propõe a geminação com Lisboa e é a mais dura para com Israel.
A moção do BE condena a «ocupação militar e os ataques perpetrados por Israel na Faixa de Gaza» e condena as «flagelações cometidas pelo Hamas a Israel» que, lê-se no documento, são «causadoras de vítimas inocentes, ainda que esporadicamente, e que não contribuem para o isolamento internacional da agressão israelita, dificultando o processo político para se atingir uma solução de paz justa e digna».
Os deputados municipais apelam também ao «fim da punição colectiva da população da faixa de Gaza, resultante da ocupação israelita e do cerco imposto anteriormente a esta invasão».
O conflito tem «resultado no impedimento da entrada de ajuda humanitária, nomeadamente assistência e evacuação de feridos, constituindo um claro crime de guerra de incalculáveis consequências humanitárias», acrescentam.
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