Concordo a 100% com quem diz que os números do ME da adesão à greve de 19 de Janeiro só dão para rir. E passo a explicar porquê.
A táctica do ME para incensar o "simplex2", a nova postura "dialogante" do governo e apoucar esta greve, roçou a esperteza saloia: por um lado tinha que propagandear a mensagem da greve de 19 de Janeiro ter sido muito inferior à de dia 3 de Dezembro, prova de que os docentes estariam a aceitar o seu rebuçado. Mas por outro, não podia cair no ridículo de divulgar números "muito" baixos à opinião pública, confrontada com a realidade ineludível de crianças e jovens de regresso a casa sem aulas, após terem batido com a cara nos portões fechados das escolas.
Assim, os estrategos do ME, logo nas primeiras horas da manhã de ontem, percebendo que não tinha margem de manobra para divulgar números de adesão demasiado baixos, por não serem credíveis, optaram por rever “em alta", mês e meio depois (!), a sua própria taxa de adesão à greve de dia 3 de Dezembro.
Era já sabido o que os Ministérios do Trabalho e das Finanças costumavam fazer para relativizar dados estatísticos politicamente desfavoráveis: comparando-os com períodos de tempo não homólogos, ou, pior, com picos estatísticos muito baixos de épocas históricas descontextualizadas e muito remotas.
O que a gentinha da 5 de Outubro fez ontem, com o desplante que a tem caracterizado, ultrapassou de longe a referida prática, já de si falaciosa, dos Ministérios do Trabalho e das Finanças: este ME chegou ao cúmulo de "majorar" (de 61% para 67%) o elemento comparativo imediatamente anterior a 19/01, para assim obter artificialmente o alargamento do intervalo pretendido, uma vez que não podia minorar mais - sem risco de provocar uma estrondosa gargalhada nacional - os dados da greve de ontem, dos 41% que anunciou, para os 35% que decerto secretamente desejaria ter anunciado.
É o que se chama a manipulação dos próprios números ao serviço da Mentira.
Ambrósio
(recebido por mail)
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