Mas não prescinde da existência de um exame
O Ministério da Educação admite rever o tipo de prova a que serão sujeitos os candidatos a professor, mas não prescinde da existência de um exame para ingresso na carreira por duvidar da qualidade da formação de algumas instituições de ensino superior.
O secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, afirmou que o Ministério “não tem absolutas garantias” de que a formação prestada por todas as instituições de ensino superior “corresponda aos padrões de qualidade exigível” à profissão, havendo “indícios” de facilitismo e eventual inflação de notas em alguns cursos.
“O Governo entende que a prova de ingresso não é só justificável, como necessária, mas está disponível para reconsiderar em alguns aspectos a natureza da prova e a classificação necessária [para ser admitido], assim como o universo dos que terão de sujeitar-se a ela”, disse Jorge Pedreira.
O responsável admitiu que os dois exames pedidos a todos os candidatos a professor possam vir a ser substituídos por um exame que avalia sobretudo “a capacidade de raciocínio e a resolução de problemas”. Neste sentido, já foi assinado um protocolo com um centro de investigação australiano, que colabora com a OCDE, para a futura elaboração desta prova.
O Ministério também já estabeleceu contactos com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, ponderando vir a atribuir a algumas instituições de referência a elaboração das provas de conhecimentos científicos, caso estas se mantenham.
Na próxima semana, o Ministério e os sindicatos iniciam a revisão do Estatuto da Carreira Docente. A prova de ingresso será uma das primeiras questões a serem discutidas.
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