sábado, janeiro 03, 2009

Ministério da Educação ameaça retaliar contra professores devido a greves

O Ministério da Educação admite recuar nas propostas que fez aos professores caso os sindicatos do sector insistam em prosseguir com as greves agendadas.


Em declarações ao "Diário de Notícias", o secretário de Estado da Educação Jorge Pedreira avançou com a possibilidade de voltar atrás com duas das principais propostas apresentadas durante as negociações com a Plataforma Sindical.

Em causa estão a criação de 2.300 vagas para titulares que pretendam mudar de escola e a possibilidade de a avaliação não contar para o recrutamento nesse processo.

O secretário de Estado declarou ao "Diário de Notícias" que se tratava de "uma proposta de boa-vontade" que poderá agora voltar a ser equacionada no caso de os sindicatos continuarem a manter os pré-avisos de greve para 19 de Janeiro.

O Ministério da Educação e os professores devem voltar a reunir-se na próxima segunda-feira para prosseguir as negociações em torno do calendário relativo à revisão do Estatuto da Carreira Docente.

Propostas do ministério condicionadas a suspensão das greves

Na semana de Natal, o Ministério da Educação avançou com aquelas duas propostas, exigindo desde logo como contrapartida a suspensão da greve.

O Governo mostrou-se então disposto a deixar cair a contabilização das bonificações Muito Bom e Excelente como critério para ordenar os professores participantes nos concursos de colocação, continuando dessa forma a fazer-se a graduação com base no tempo de serviço e nota de licenciatura.

A segunda proposta do ministério diz respeito à mobilidade dos professores titulares, que podem concorrer para estabelecimentos de ensino onde encontrem vagas da sua categoria. O ministério propôs que as 2.200 vagas fossem incluídas já no concurso de Fevereiro.

As propostas foram desde logo condicionadas à disponibilidade de os sindicatos suspenderem as greves agendadas pelos professores.

"É um gesto de boa-vontade que o Ministério da Educação dá e espera idêntico gesto por parte dos sindicatos", afirmava o secretário de Estado Jorge Pedreira.

Numa primeira reacção, os representantes da Federação Nacional dos Sindicatos de Educação (FNE) e da Federação Nacional dos Professores (FENPROF) fizeram saber que apesar de concordarem com as propostas estas não eram suficientes para deixar de lutar pela suspensão dos modelos de avaliação.

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