Tendo vivido os tempos áureos das lutas (colectivas) estudantis pós 25 de Abril no Sá de Miranda, e feito a minha formação académica na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, sou um “colectivista” por natureza. Como tal, faz-me certa confusão esta “doença” do Ministério da Educação (ME) em prol dos Objectivos Individuais (OI) dos Professores. E não é a palavra Objectivos que me faz confusão, é a palavra Individuais. No meu desporto preferido, o futebol, a palavra individualista tem um sentido pejorativo. É meu entendimento que na escola também não se justifica haver individualistas, nem OI.
A escola enquanto local de aprendizagem só tem razão de existir quando são definidos Objectivos Colectivos (OC), a saber:
Toda a comunidade escolar trabalha para um fim comum assente no Projecto Educativo; tem as regras colectivas de funcionamento, previamente definidas no seu Regulamento Interno; de acordo com o serviço distribuído no início do ano lectivo, através dos professores e dos conselhos de turma, tentam em conjunto ajudar os alunos a superar as suas dificuldades e potenciar as suas virtudes; de acordo com todas as propostas emergentes dos departamentos curriculares, é elaborado um Plano Anual de Actividades, o qual só tem sentido, quando todos colaboram para a sua consecução, e onde são realizadas todas as actividades fundamentais para a formação integral dos alunos fora da sala de aula, em actividades desportivas, visitas de estudo, seminários, acções de formação, etc.
Em face do anteriormente exposto, expliquem-me como é que tem sentido o ME pedir aos professores que a 5 meses do final do ano lectivo, definam os seus OI. Qualquer um dos muitos professores que o tenha feito, assume que a isso se sentiu obrigado pela tutela, mas não são os OI enumerados agora que vão influir no seu trabalho a realizar até final do ano lectivo. Os OC, esses sim, são importantes e já estão desde o início do ano perfeitamente definidos. Por isso, gostaria que todos os Presidentes de Conselhos Executivos (PCE) deste País assumissem perante o ME que não são os professores individualmente que vão assumir agora os seus OI, mas sim a escola que desde o inicio do ano tem os seus OC bem definidos, e é para a consecução destes que todo o corpo docente deve continuar a trabalhar.
Concluo, informando o meu PCE, que recebi em carta registada os OI que ele me definiu, mas não a abri, nem abro, pois ainda tenho bem presentes os OC a que me comprometi com ele e restante comunidade escolar, no início do ano em função do serviço que me foi atribuído.
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