Depois da nacionaliação do BPN e do financiamento da CGD aquele banco, cujo buraco financeiro, se alarga dia a dia, um responsável da CGD declarou que não vão lá colocar nem mais um cêntimo. O que parece um acto de boa gestão.
A recusa pelo governo em deixar falir o BPP para não queimar os milhões lá entregues por Balsemão, Vaz Guedes, Saviotti e outros, é sem dúvida um acto de boa gestão da fazenda daqueles privados.
Esta semana foi lançado no Brasil um banco subsidiário da piedosa CGD dirigido por um tal Rodolfo Lavrador, advogado veterano e apaixonado pelo xadrez, ex-chefe de gabinete de Sousa Franco e de Guterres e ex-secretário de estado de Oliveira Martins, ministro das Finanças de Guterres. Trata-se, naturalmente, de um acto de boa gestão e o facto de o Lavrador ser do PS deve ser mera coincidência.
Finalmente, a CGD, naturalmente em consonância com o governo, adquiriu 10% da Cimpor a um "empresário" enrascado de nome Manuel Fino em condições escandalosas, de acordo com o texto de uma petição colocada na internet para subscrição e que adiante reproduzimos.
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PETIÇÃO
Exmos senhores,
O negócio recentemente anunciado entre a Caixa Geral de Depósitos e Manuel Fino, no que concerne à venda de 10% do capital da Cimpor à CGD, é patentemente ruinoso, injusto e, dir-se-ia, mesmo uma afronta ao povo em geral, e aos investidores em particular.
Não é concebível que para evitar dificuldades financeiras de um especulador, o maior banco do Estado (a CGD) vá ao ponto de lhe comprar os seus investimentos falhados 25% acima do valor de mercado, quando na realidade e perante essas mesmas dificuldades, este especulador ou qualquer outro ver-se-ia sempre forçado a vender essas mesmas posições ao preço de mercado ou abaixo deste.
A diferença entre aquilo que a CGD pagou por esta posição e o preço de mercado, foi uma dádiva pura e simples, de mais de 64 milhões de euros, a este especulador, que se podem considerar retirados directamente dos bolsos do povo português para o bolso do especulador.
Acresce que, não satisfeita, a CGD ainda concedeu uma opção de compra ao especulador, de forma a que se a Cimpor eventualmente valorizasse, o especulador poderia nela reentrar (tornar a comprar) sem risco. Isto é perfeitamente absurdo. A CGD colocou-se assim na posição de assumir todo o risco do investimento por vez do especulador e, ainda pior, desde logo entregou mais de 64 milhões ao especulador, pelo privilégio de fazer um negócio que ninguém aceitaria fazer de livre vontade.
Esta aberração ocorre no mesmo momento em que milhares de investidores se vêem a braços com perdas para as quais ninguém se apresta a suavizar pagando acima do mercado. Ocorre ainda no momento em que Portugal está a entrar numa crise profunda, em que centenas de milhar de pessoas perderão o emprego e, no entanto, é ao especulador que a CGD decide entregar dezenas de milhões de euros. Será isto certo? Obviamente não é.
A ser permitido, este negócio representa a morte da meritocracia neste país. Pensamos que as consequências de sequer se considerar este tipo de negócio, estão a ser subavaliadas pelas instituições.
Pedimos firmemente que, dentro do possível, sejam feitos todos os esforços para determinar a nulidade deste acto pirata sobre o povo deste país.
Atenciosamente, um grupo de cidadãos preocupado,
http://www.ipetitions.com/petition/CGD/
http://esquerda_desalinhada.blogs.sapo.pt/
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