Com «humor afiado», o BE fez um uma versão truncada do polémico comercial da Antena 1 e colocou-a na net. Nele, o já famoso automobilista Rui também não chega ao trabalho a horas, mas a causa é bem diferente.
Veja aqui a nova versão do filme
O Bloco de Esquerda publicou na net uma nova versão do anuncio da Antena 1 que a semana passada causou polémica. Nesta versão alternativa, o pequeno filme serve para convocar a manifestação do 1.º de Maio, dia do Trabalhador. O mesmo automobilista Rui, que antes ficava empatado no trânsito causado por uma manifestação, agora fica a saber pela informação de trânsito da Antena 1 que não chegará a horas ao trabalho porque… o patrão o despediu.
A intenção do BE foi «fazer uma brincadeira sobre o ridículo a que fica exposto o serviço público, pela instrumentalização através de uma campanha de péssimo gosto democrático», disse ao SOL o dirigente do BE Jorge Costa.
As imagens são idênticas nos dois filmes, mas as vozes são truncadas. Com o BE, o automobilista parado no trânsito, entre buzinadelas e sinais de impaciência, ouve a jornalista da Antena 1 dizer: «são 11h23. Vamos agora ver os números do desemprego em Março», revelando as «470 mil pessoas» inscritas nos centros de emprego, e informando: «seguimos para uma informação de trânsito». Depois, entra em diálogo com o automobilista:
- «Ó Rui, não vale a pena ir por aí, hoje já não vai trabalhar- Ah, não acredito! Outro acidente, Eduarda?- Não. Foi mesmo o seu patrão que o despediu. Parece que ele tem alguma coisa contra si- Pois, pois, contra mim…- Contra si e contra os outros trabalhadores que lá estavam. A produção passou para a Eslováquia»
No original, o anúncio da Antena 1 culpava pelo atraso no trânsito uma manifestação. E quando o automobilista, no diálogo com a jornalista Eduarda Maio, perguntava contra quem era mais esta manifestação, recebia como resposta «Pelos vistos é contra si».
Após o protesto da CGTP e de vários partidos políticos, entre os quais o PCP, o BE e o PSD, a Antena 1 retirou o anúncio.
Jorge Costa diz que esta nova versão do filme, preparada pelo departamento de comunicação do BE, reforça a condenação política do mau uso do serviço público de rádio.
«A esquerda só pode responder com um humor muito afiado, quando se usa o serviço de rádio, as vozes dos seus profissionais e a sua imagem para fazer propaganda contra o protesto social que se avoluma no país», justificou.
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